Costa primeiro-ministro, Costa secretário-geral do PS

Marta Pedreira Mixão
Marta Pedreira Mixão

Hoje, num discurso que durou cerca de 20 minutos, no início da reunião da Comissão Nacional do PS, que decorre em Lisboa, o primeiro-ministro, António Costa, não deixou de fazer referência à situação que o país enfrenta em matéria de incidência da covid-19.

Assim, relembrou que “é fundamental termos todos a consciência que esta pandemia não acabou e não acabará enquanto não houver uma vacinação total, ou a descoberta de um medicamento eficaz para a eliminação da covid-19”. Reforçando a mensagem de alerta, salientou que o desconfinamento vai depender da forma como os cidadãos gerirem as próximas semanas e que esta "não é altura de baixar a guarda".

"Não é altura de facilitismos ou de andar a dizer que o sol está maravilhoso e vamos todos aproveitá-lo, porque o vírus continua a andar por aí", lembrou, fazendo também uma alusão à situação epidemiológica de vários países europeus que se encontram em situação de regressão e a implementar novos confinamentos.

No entanto, mesmo perante os alertas que têm sido feitos, hoje Lisboa foi palco de uma manifestação contra o confinamento, à semelhança do que ocorreu na Alemanhana Suíça, entre outros países da Europa. A maioria dos manifestantes, negacionistas, estavam sem máscara e não cumpriam o distanciamento social.

Já no papel de secretário-geral do PS, António Costa lembrou que as autárquicas são essenciais para o partido e partiu ao ataque:

Traçando uma linha de demarcação, de um lado o PS e do outro lado o PSD e CDS-PP, sustentou que "há uma diferença absoluta" em relação à maneira como cada uma destas forças políticas se apresenta ao país e às eleições autárquicas, acusando a oposição de encararem estas eleições como "uma jogada política" ao anunciar uma coligação "sem uma única ideia" e apenas com o objetivo de enfraquecer o Governo.

"Ainda esta semana, vimos os líderes do PSD e do CDS-PP juntarem-se a anunciarem uma grande coligação. Mas uma coligação para quê? Para servir Portugal e responder aos problemas dos portugueses? Não, eles disseram que a grande coligação só tinha o objetivo de atacar o PS e enfraquecer o Governo", afirmou.

Ainda no tema das autárquicas, o CDS-PP hoje juntou-se aos que defendem que as eleições deveriam realizar-se em dois dias consecutivos e não em dois fins de semana seguidos, como sugeriu o ministro da Administração Interna, mas admitiu que a decisão seja tomada no verão.

Numa intervenção no arranque do Conselho Nacional para discutir e votar os regulamentos para as eleições autárquicas, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou ainda que será candidato nas próximas eleições autárquicas, existindo uma "forte probabilidade" de encabeçar uma lista à Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital.

Já o Iniciativa Liberal anunciou Bruno Horta Soares como o novo candidato do partido para encabeçar a lista à Câmara de Lisboa, substituindo Miguel Quintas que saiu da corrida “por motivos pessoais”. Além das novidades em Lisboa, o partido assumiu ainda que tem havido contactos com Rui Moreira para a Câmara do Porto.

Este ano, os cidadãos têm de escolher a configuração de executivos municipais, assembleias locais e juntas de freguesia, mas há ainda dúvidas sobre candidatos e até mesmo sobre as datas. Resta-nos esperar para descobrir como será mais um momento eleitoral em tempo de pandemia.

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