• Portugal vai ter uma rede de diagnóstico alargada e reforçada, para detetar o eventual reaparecimento de covid-19 e de outros vírus, por forma a responder de forma "célere e integrada" a novos surtos. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que expôs o plano em conferência de imprensa, o investimento é de 8,4 milhões de euros.

  • O objetivo da expansão da capacidade laboratorial é duplicar a capacidade de testagem para cerca de 22.000 testes por dia, indicou, referindo que atualmente são feitos 10.000 testes por dia no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

  • O presidente do INSA, Fernando Almeida, que hoje participou na mesma conferência de imprensa, defendeu que a intenção não é fazer testes sem critério. "Este esforço [8,4 ME] não tem a ver apenas e só com a covid. Nesta altura tem a ver com o diagnóstico dos casos covid, mas é um investimento que também tem em conta toda a capacidade de diagnóstico para outras emergências e patologias que possam vir a ocorrer", sustentou.

  • Graça Freitas, questionada sobre o surto no Lar de São José, no Barreiro, referiu existirem 53 casos positivos, segundo dados reportados a 20 de agosto. "É um surto que, neste momento, está considerado estável", garantiu. Foi ainda dito que em Mora existem 62 casos diagnosticados, à data de hoje, num total de 592 testes, "atendendo que algumas pessoas já poderão ter feito mais do que um teste", frisou.
  • A Diretora-geral da Saúde explicou ainda que "há lares cujo surto já acabou mas ainda continuam a registar um doente positivo, porque a análise ainda não deu negativo apesar de o doente já não ter sintomas e não estar a transmitir a outros". Assim, no total do país, existem 20 surtos ativos em lares, ou seja, "nos últimos 28 dias houve pelo menos um caso novo", explicou.
  • Nos centros de dia ainda não há registo de qualquer caso positivo. "Quero realçar que não ter conhecimento não significa que não tenha existido e que não tenha sido tratado a nível local", especificou Graça Freitas.
  • Neste momento existem 148 surtos ativos no país: 55 na região Norte, 2 na região Centro, 62 em Lisboa e Vale do Tejo, 12 no Alentejo e 13 no Algarve.
  • Sobre a Festa do Avante!, Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, referiu que já foi entregue um plano de contingência e a DGS está a fazer a "análise e apreciação do processo" e "muito em breve" haverão as respetivas indicações, de forma a garantir a segurança. Por sua vez, Graça Freitas disse que "não estão encerradas as regras", garantindo que a DGS está a analisar a Festa do Avante! como "um evento de massas". "Está a ser feita uma análise muito de pormenor que permita que o evento possa decorrer de acordo com as regras em vigor e, obviamente, de acordo com regras que permitam a segurança de quem for ao evento", explicou.
  • "Não vou comentar conversas privadas nem conversas descontextualizadas, não é esse o meu papel aqui", começou por dizer António Lacerda Sales, questionado sobre as afirmações de António Costa, num pequeno vídeo, de sete segundos, que circula nas redes sociais, que mostra o primeiro-ministro numa conversa privada com jornalistas alegadamente chamando "cobardes" aos médicos envolvidos no caso do surto de covid-19 em Reguengos de Monsaraz, que matou 18 pessoas.

  • Todavia, o secretário de Estado referiu que António Costa, "enquanto governante, tem estado sempre ao lado dos profissionais de saúde" e "tem estado sempre empenhado em encontrar as soluções para a melhoria das condições de trabalho destes profissionais", referido a título de exemplo "as reposições salariais, as reposições dos descansos compensatórios, dos descansos extraordinários, o número de profissionais contratados".
  • "Os portugueses sabem isto, os profissionais de saúde sabem isto, e eu próprio, enquanto profissional de saúde, reconheço esta realidade", frisou, garantindo que o governo está empenhado "em encontrar as soluções para as diferentes adversidades da pandemia", num "clima de unidade nacional".
  • Ainda sobre o caso de Reguengos de Monsaraz, Lacerda Sales frisou que a Ordem dos Médicos "não tem poder de fiscalização ou inspeção, sem estar mandatada", explicou. Neste sentido, as causas estão a ser apuradas e a reunião do primeiro-ministro com a Ordem dos Médicos é uma forma de "continuar as boas relações".
  • António Lacerda Sales referiu também que o caso de Reguengos "é pontual" e que não há indícios de que tenha acontecido algo semelhante noutros locais. "Não temos conhecimento de que tal se tenha passado nos outros lares. Confiamos nos médicos e no seu trabalho e acreditamos que temos condições para que os médicos continuem a dar assistência aos idosos no resto do país".
  • Questionada sobre o corredor aéreo britânico, Graça Freitas explicou que a entrada de mais pessoas no país traz alguns desafios, principalmente ao nível da segurança. "Essa segurança começa com os turistas, que chegam ao país e que são obrigados a observar as regras sanitárias", lembrou, referindo ainda a responsabilidade dos hotéis, restaurantes e espaços de lazer em fazer cumprir estas regras.
  • Fernando Almeida referiu ainda que os níveis de imunidade estão em linha com o que se verifica no resto do mundo, embora ainda se esteja num nível longe do desejado. Por isso, os inquéritos serológicos continuam, de forma a perceber a evolução do vírus. Nesse sentido, foi ainda referido que há a possibilidade de a vacina ter de ser administrada anualmente, até haver imunidade.
  • A Diretora-geral da Saúde disse ainda hoje que as regras quanto aos transportes públicos se mantêm, sendo que as exceções apenas se verificam para pessoas do mesmo agregado familiar. Sobre o transporte escolar, Graça Freitas referiu que qualquer alteração virá do Ministério da Educação.
  • Sobre as aulas de educação física, Graça Freitas referiu que é promovida a prática de atividade física, pelo que "as aulas devem ser feitas e manter-se, obviamente, com medidas de segurança". Além disso, a prática de atividade física surgirá "de forma faseada", para que "não haja uma concentração do risco de contágio".

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