Na mensagem divulgada através do Facebook, Ricardo Rio defendeu que a decisão sobre as feiras deveria caber a cada autarquia, com base no parecer da autoridade de saúde pública.

“Parece-me excessiva a suspensão em abstrato de todas as feiras, porquanto em municípios como o de Braga tudo foi feito para assegurar o seu funcionamento com regra, segurança e o necessário distanciamento”, referiu.

Em conformidade com a determinação anunciada no sábado pelo primeiro-ministro, todas as feiras serão suspensas em Braga a partir de quarta-feira.

Ainda sobre este tema, Ricardo Rio esclareceu que o Mercado Municipal Temporário de Braga não se encontra abrangido pela restrição, visto que se trata de uma instalação permanente e não de mercado de levante.

O Governo anunciou no sábado que 121 municípios vão, a partir de quarta-feira, ficar sujeitos a uma série de restrições devido à covid-19, entre as quais a proibição de feiras e mercados de levante.

O dever cívico de recolhimento domiciliário, novos horários nos estabelecimentos e teletrabalho obrigatório, salvo "oposição fundamentada" pelo trabalhador, são outras das restrições.

Segundo o primeiro-ministro, António Costa, que falava após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, em Lisboa, os restaurantes nestes 121 concelhos do continente – uma lista que será revista a cada 15 dias - não poderão ter mesas com mais de seis pessoas e o seu horário de fecho passa a ser as 22:30.

Os estabelecimentos comerciais terão de fechar, na generalidade, às 22:00.

Os eventos e celebrações ficam limitados a cinco pessoas, exceto nos casos em que os participantes pertencem ao mesmo agregado familiar.

Ricardo Rio reiterou hoje que estas medidas “não surpreendem” e que “são até absolutamente necessárias”.

O autarca lembrou que o que está em causa não é a quantidade de pessoas que participa em qualquer atividade, mas sim a forma como participa.

Rio reiterou ainda que as regras do Governo deviam ser aplicadas a todo o território nacional, por uma razão de “estabilidade” das medidas.

“A tendência natural será para muitos mais concelhos se juntarem ao rol ontem [sábado] anunciado ao longo dos próximos dias, não havendo grande vantagem em estabelecer uma atualização dinâmica da implementação das medidas. Pior, esta decisão ignora também discrepâncias intra-concelhias, visto que em territórios como Braga os focos ocorrem sobretudo nos meios urbanos e não na periferia mais rural”, alegou.

A mensagem termina com um apelo ao civismo e à responsabilidade de todos, considerando “inadmissível” que não sejam reportados casos de sintomatologia, qualquer que seja o motivo, ou que seja violado o isolamento profilático de quem pode ter estado exposto ao risco.

“Nessa mesma linha, porque estive em contacto com um caso positivo e apesar de eu próprio ter testado negativo, vou obviamente respeitar os dias de isolamento domiciliário determinados pela saúde pública”, rematou.

O concelho de Braga atingiu hoje 2.987 casos acumulados desde o início da pandemia, para um total de 764 casos ativos e mais de 1.700 pessoas em vigilância ativa.

No final da passada semana, registou-se um óbito associado à covid-19 no concelho, o que já não sucedia desde junho.

A pandemia de covid-19 já provocou quase 1,2 milhões de mortos e mais de 46 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.544 pessoas dos 144.341 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.