“Olho com preocupação para os níveis elevados de ocupação do Hospital de São Teotónio e com mais preocupação ainda por o hospital estar a receber pessoas de outras regiões. O hospital de Viseu serve meio milhão de pessoas e tem, neste momento, as suas limitações do ponto de vista da capacidade de resposta”, apontou Almeida Henriques.

O autarca acrescentou que “é provável que o aumento de número de casos venha a resultar em aumento de internamentos”, segundo lhe “foi transmitido pelo diretor clínico e pela autoridade de saúde na última reunião da comissão municipal de proteção civil”, na quarta-feira.

Almeida Henriques acrescentou que “o Hospital de Viseu é um hospital central que não está a ter um tratamento” como tal e, por isso, disse que também não entende “porque é que não ficou como hospital de referência no âmbito da covid-19”.

O autarca social-democrata falava aos jornalistas sobre a integração de Viseu na lista dos concelhos, atualmente 191 no país, com mais casos de infeção e considerados de risco elevado de transmissão da covid-19.

“Sabemos que há também uma pressão grande para transferir para Viseu casos de outros hospitais do país. Se isso acontecer, então é que entramos no descalabro, obviamente temos de ser solidários e remar todos no mesmo sentido, mas se estamos numa situação de contingência, de emergência, em que a esmagadora maioria deste distrito está com medidas restritivas, é preciso manter a disponibilidade deste hospital para responder às pessoas”, defendeu.

Restrições que Almeida Henriques considerou que deviam “ser de aplicação imediata”, uma vez que “se as medidas são importantes para confinar as pessoas, para evitar a circulação, para evitar a propagação do vírus, parece que o vírus vai poder esperar três dias e não contaminar as pessoas” até segunda-feira, quando entram em vigor.

“Considero que medidas deste género ou se aplicam de imediato ou obviamente estamos a adiar os efeitos e, eventualmente, a implicar uma disseminação maior. (…) Não compreendo este compasso de espera”, assumiu o autarca, que apelou aos cidadãos que “façam recolher desde já”.

Almeida Henriques considerou ainda “importante ser mais transparente o mecanismo dos concelhos com medidas mais restritivas”, uma vez que entende que “há alguma opacidade na forma como este processo está a ser conduzido”.

“Não se perceber entre que datas o Governo faz a quantificação e que critérios é que faz e quem é a entidade que define esse mapa. Viseu tem 30 mil veículos que saem e entram todos os dias de pessoas dos concelhos que estão à volta”, referiu.

Assim, considerou que, em vez de concelho a concelho, “fazia mais sentido se o Governo pudesse fazer numa perspetiva de mancha territorial, inclusive que desse um papel maior às comunidades intermunicipais (CIM) para que pudessem tratar do assunto”.

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