“A maioria dos comandantes do distrito de Viseu, como forma de afirmação deste protesto, preocupação, descontentamento e em solidariedade com os seus bombeiros e bombeiras não incluídos na 1.ª fase de vacinação, recusam-se a serem vacinados, até que todos os seus operacionais se encontrarem vacinados na totalidade”, afirma Guilherme Almeida.

Num comunicado de imprensa, o recém-eleito presidente da Federação adianta que esta é uma “forma de repúdio e protesto” dos comandantes a uma decisão que consideram “injusta”, nomeadamente, para com os seus operacionais.

Os bombeiros estão, “desde a primeira hora”, expostos ao “risco de contágio, transportando a todo o momento doentes covid-19, de forma incessante”, mantendo-se, “até hoje” na “linha da frente na luta contra a pandemia”, sublinha a nota de imprensa.

A decisão destes comandantes de bombeiros, referem, é tornada pública depois de terem recebido, “através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o processo de vacinação nos corpos de bombeiros, definindo que, “numa primeira fase, será efetuada a vacinação a 50% do efetivo”.

“Desconhece-se a data e/ou previsão para quando os restantes 50% do efetivo serão vacinados e, mesmo sendo considerado nesta primeira fase de vacinação 50% do efetivo, para além de considerada tardia, considera-se injusta”, sustentam.

"Uma injustiça", acrescenta o documento, “a par de outros intervenientes no Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) e não só, que foram vacinados na totalidade, com falta de algum rigor e clareza”.

A direção da Federação entende ainda que “a definição de grupos de vacinação irá criar situações de instabilidade interna nos corpos de bombeiros, quando se diferencia elementos que desempenham a mesma função e com a mesma operacionalidade”.

“Desde o início da pandemia os comandantes tentaram manter a motivação dos seus operacionais”, que começaram por se depararam com “falta de equipamentos de proteção individual (EPI)” e “desinformação”, implementando “planos de contingência rigorosos para garantir a todo o momento a operacionalidade” dos seus bombeiros, argumenta.

A direção da Federação sublinha ainda que os comandantes “consideram todos os seus operacionais importantes no desempenho da sua missão, independentemente do seu vínculo ou função”.

Entre os critérios para a primeira fase de vacinação, a ANEPC inclui um elemento de comando e, neste sentido, a FBDV assume “a não inclusão nessa prioridade, à exceção de elementos que pela natureza do seu serviço operacional e/ou profissional, cumulativamente desempenham funções afetos à emergência pré-hospitalar ou Transporte de Doentes Não Urgentes (TDNU)”.

Os comandantes aguardam que “seja indicada com clareza uma data para que todos os bombeiros e bombeiras estejam vacinados na totalidade, sendo que cada um dos comandantes aguardará até que o seu último operacional esteja vacinado”, concluem.