A maior família política, do PPE (que integra os eurodeputados do PSD e o do CDS), salientou, em comunicado, que a Comissão Europeia “colocou novamente a solidariedade no coração da Europa, onde pertence”.

“Estamos a dizer, alto e em bom som, que não deixaremos ninguém nem nenhum país para trás nesta crise”, sublinhou o líder do grupo do Partido Popular, Manfred Weber.

A segunda maior família, S&D (a que pertence o PS), esclareceu, através de um comunicado da sua líder, Iratxe García Pérez, que a proposta “é boa porque inclui os novos instrumentos necessários para enfrentar o pós crise da covid-19”, para reativar a economia e “deixá-la mais bem preparada para qualquer futura crise”.

No entanto, alertam os Socialistas e Democratas no PE, “falta decidir como irão ser utilizados estes instrumentos e como maximizar a sua alavancagem”, deixando García Perez o aviso de que o grupo será “exigente nas negociações com o Conselho da UE”.

O Grupo da Esquerda Unitária (GUE-NGL), que integra os eurodeputados eleitos pelo PCP e pelo BE, acolheu o “cumprimento tardio” das promessas de “um instrumento comum de dívida e subsídios aos Estados-membros”, mas sublinhou que “os montantes ficam muito aquém do exigido pelo PE”, temendo ainda que haja condicionalidades penalizadores para os países já atingidos pela austeridade.

Os eurodeputados do movimento liberal Renovar a Europa, liderados por Dacian Ciolos, consideraram “notável” que a solução da presidente da Comissão Europeia de “ir pedir dinheiro aos mercados”.

“É uma solução europeia para um problema europeu”, disse Ciolos, salientando a necessidade de serem restabelecer as perspetivas económicas, de salvaguardar e criar empregos.

O Fundo de Recuperação da União Europeia para responder à crise causada pela covid-19 prevê a distribuição de 750 mil milhões de euros por "três pilares", incluindo reformas, investimento privado e saúde, segundo a proposta hoje divulgada.

À proposta do de 750 mil milhões junta-se também uma proposta hoje apresentada e (ligeiramente) revista do próximo quadro financeiro plurianual da UE para 2021-2027, de 1,1 biliões de euros, com as ajudas hoje divulgadas pelo executivo comunitário a atingirem 1,85 biliões de euros.

Do total do Fundo de Recuperação proposto pela Comissão Europeia, 500 mil milhões de euros serão canalizados para os Estados-membros através de subsídios a fundo perdido e os restantes 250 mil milhões na forma de empréstimos.

Portugal poderá arrecadar 26,3 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos no âmbito do Fundo de Recuperação da União Europeia (UE), após a crise da covid-19,