A informação avançada pela emissora pública foi confirmada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) esta quarta-feira. Em comunicado, o organismo explica que "se trata de um homem de 44 anos que veio de Itália e está no Centro Hospitalar Universitário de São João. A situação clínica está estável", adianta ainda.
Este novo caso de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 — o quinto confirmado em Portugal — surge depois de ontem terem sido confirmados outros dois casos (dois homens, internados em Lisboa e no Porto), que se juntaram a outros dois (igualmente dois homens, ambos internados em hospitais do Porto) anunciados na segunda-feira pela DGS.
Para além dos casos em Portugal, recorde-se que um tripulante português de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infeção. Antes, Adriano Maranhão, outro dos portugueses infetados no Japão com o novo coronavírus, teve alta hospitalar a 1 de março.
Este domingo, 1 de março, houve uma situação que causou algum alarme depois de saber que o escritor Luis Sepúlveda teve resultado positivo para coronavírus, estando internado na Astúrias. O escritor esteve na Póvoa de Varzim no evento Correntes d’Escritas. O caso está a ser acompanhado pela DGS, que está a fazer uma investigação epidemiológica, isto é, a apurar quem poderá ter estado em contacto com o autor, pedindo às pessoas em questão que contactem a linha SNS24.
Em Portugal, quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas — que incluem febre, dores no corpo e cansaço — deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.
Entre as recomendações de saúde para evitar infeções está: Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool; Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato; Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse; Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos; Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos; Caso se dirija a uma unidade de saúde com suspeitas de infeção ou sintomas deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
De referir que a Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou um microsite sobre o novo coronavírus (Covid-19), onde os portugueses podem acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo e esclarecer dúvidas sobre a doença.
O primeiro-ministro, António Costa, abre hoje o debate quinzenal no parlamento com uma intervenção sobre “a prevenção e contenção da epidemia Covid-19”. Na terça-feira, o primeiro-ministro garantiu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem "capacidade de resposta" através da reorganização dos seus serviços para uma eventual "grande expansão" do surto provocado pelo novo coronavírus.
"Temos no conjunto do país 2.000 camas referenciadas como podendo estar reservadas a pessoas que sejam portadoras do coronavírus. Dessas 2.000, temos 300 para cuidados intensivos. O próprio Serviço Nacional de Saúde, na sua esfera hospitalar tem capacidade de expansão através da reorganização dos seus serviços", disse António Costa, que visitou o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.
Já no dia anterior, António Costa tinha recomendado “calma e serenidade” aos portugueses e disse confiar no sistema de saúde do país, renovando o apelo para que todos ajudem a prevenir os contágios.
“A principal recomendação que faço é que cada pessoa que tenha tido contacto com alguém que esteja contaminado ou que venha a saber que está contaminado esteja particularmente atento aos sintomas que tem e, em caso de sintomas, recorrer à linha Saúde24”, pediu.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90 mil pessoas em cerca de 70 países e territórios, incluindo cinco em Portugal.
Das pessoas infetadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.
Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.
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