Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do PAN, André Silva, apontou que a temática de um governo de salvação nacional neste momento “é um não assunto”, uma vez que o país teve eleições legislativas recentemente, as próximas encontram-se num “horizonte muto longínquo, mais de três anos” e a população está “a meio de um combate a uma crise sanitária”.

Considerando que, “mais do que a forma, o que interessa é a estabilidade governativa”, André Silva salientou que “não faz sentido que se esteja a falar num governo de salvação nacional”, ate porque os partidos “têm dito que têm contribuído para a estabilidade governativa”.

“Neste momento, de salvação nacional o que era preciso era uma resposta da Europa, isso sim, não discutir de que forma vai ser constituído um governo que saía de eleições que acontecerão dentro de três anos”, concretizou.

“Até lá temos muito, todos que trabalhar, construtivamente e nesta fase temos todos de contribuir para somar e não para dividir”, vincou o deputado.

No que toca ao futuro depois da pandemia de covid-19, o líder do PAN observou que, “neste momento é precoce falar nisso”, mas advogou que, “para responder à pós-crise sanitária, este governo está legitimado e em funções para o efeito”.

“Nós nunca tivemos nenhum governo de salvação nacional, pelo menos depois do 25 de Abril” e “o país e os partidos sempre encontraram formas de se ajustar para governar”, afirmou André Silva, notando que, “quando existirem eleições, a solução governativa será aquela mais adequada que sairá do resultado das eleições”.

A questão de um governo de salvação nacional foi levantada no domingo pelo presidente do PSD, numa entrevista em que considerou que, quando a questão da recuperação económica se tornar a prioridade, com a melhoria da situação de saúde, vai ter de se debater a composição de um Governo de salvação nacional.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 791 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 38 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.