Segundo a mesma fonte, no total das urgências, foram atendidas 800 pessoas na segunda-feira, 500 das quais com outras patologias que não covid-19. Na terça-feira os atendimentos em urgência baixaram para 730.
Questionada pela Lusa, a fonte explicou que, em termos de doentes covid, o hospital tem tido uma procura média de 50 a 60 por dia, mas sublinhou que a grande pressão se refere a doentes não-covid.
Adiantou que cerca de dois em cada três doentes em circulação no hospital são doentes com pulseira amarela (urgente) e laranja (muito urgente), muitos deles mais idosos, com doenças crónicas descompensadas.
Quanto aos internamentos de doentes com covid-19, Santa Maria – que tem disponíveis duas enfermarias e 10 camas para cuidados intensivos – tinha na terça-feira internados 38 doentes, seis dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
Uma semana antes, o valor era de 33 (cinco em UCI) e no início do mês (03 de maio) eram 40 (cinco em UCI).
Hoje, disse a fonte, espera-se que o número de internamentos covid chegue novamente aos 40.
Questionada pela Lusa sobre se, com o aumento de novos casos, o hospital sentiu necessidade de se readaptar, a fonte respondeu que “a ideia chave é de ir adaptando em função das necessidades”, reconhecendo que a pressão mais forte surge do lado dos doentes não covid.
Disse ainda que, em março, o hospital tinha mais enfermarias covid do que agora.
Quanto aos profissionais de saúde infetados, revelou que esta semana a média diária do mês de maio subiu para nove (na semana passada era de quatro a cinco), o que representa “um desafio para os serviços” mas “não compromete a resposta” do hospital.
O Hospital de São João, no Porto, anunciou hoje que vai decidir até sábado se interrompe a atividade programada em 20% para fazer face ao aumento de casos covid-19, sublinhando que nos últimos 10 dias a situação se agravou significativamente.
Atualmente, neste hospital estão internados cerca de 80 doentes com covid-19, 10 dos quais em cuidados intensivos.
Segundo o último relatório da pandemia divulgado na sexta-feira, Portugal registou, entre 03 e 09 de maio, 99.866 infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2, 142 mortes associadas à covid-19 e um aumento do total de internamentos.
O documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) diz ainda que o crescimento das infeções pelo SARS-CoV-2 em Portugal se deve à menor adesão das pessoas às medidas de proteção e a um “considerável aumento” da circulação de variantes do coronavírus.
Na terça-feira, os dados divulgados pelo INSA revelaram que a linhagem BA.5 da variante Ómicron tem apresentado uma frequência relativa "marcadamente crescente", estimando-se que já seja dominante em Portugal.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já admitiu que essa linhagem, que apresenta várias características genéticas consideradas de interesse pelos especialistas, caso de mutações com impacto na entrada do coronavírus nas células, pode ser mais transmissível do que a BA.2, mas ressalvou que ainda não existem dados que comprovem que provoca covid-19 mais grave.
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