“Podemos concluir que existe agora transmissão na comunidade em várias regiões de Inglaterra”, afirmou Sajid Javid numa intervenção no Parlamento britânico para atualizar os deputados sobre a situação.
O ministro adiantou que uma “análise recente da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido sugere que o intervalo entre a infeção e infecciosidade pode ser mais curto para a variante Ómicron”, ou seja, o período de incubação é mais curto.
Porém, acrescentou, ainda não existem dados concretos sobre se causa sintomas mais graves, nem se contorna a proteção dada pelas vacinas.
Javid referiu que 52 países já confirmaram casos da nova variante, e vincou que pelo menos 21 dos casos identificados pelas autoridades britânicas tiveram origem na Nigéria, razão pela qual aquele país africano entrou para a “lista vermelha” de viagens internacionais.
O Governo britânico identificou 11 países de maior risco, incluindo África do Sul, Angola e Moçambique, dos quais proibiu a entrada de pessoas, a não ser britânicos e residentes no Reino Unido, que terão de cumprir quarentena num hotel designado e às suas custas.
Javid reconheceu que algumas pessoas estão a ter dificuldades em regressar ao Reino Unido por falta de disponibilidade de quartos, e prometeu duplicar a capacidade esta semana.
A partir de terça-feira passam também a ser novamente exigidos testes pré-embarque nas viagens para o país.
Entretanto, o Governo está a acelerar a campanha de vacinação com doses de reforço, tendo mobilizado cerca de 450 militares, e está a recrutar 10.000 voluntários pagos para ajudar.
Na semana passada, revelou Javid, foram administradas 2,6 milhões de vacinas, e estão agendadas mais 3,6 milhões pessoas, pelo que o ministro se mostrou confiante em cumprir a meta de vacinar todos os adultos com uma terceira dose até ao final de janeiro.
O Reino Unido registou 51.459 casos de covid-19 e 41 mortes nas últimas 24 horas, somando 145.646 óbitos desde o início da pandemia.
81% da população está vacinada com duas doses da vacina e 35,8% com uma terceira dose.
A covid-19 provocou pelo menos 5.253.726 mortes em todo o mundo, entre mais de 265,13 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.551 pessoas e foram contabilizados 1.169.003 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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