Abdeslam deixou os três suicidas no Stade de France e abandonou o carro no norte de Paris. Depois passou a noite em Chatillon, subúrbio no sul da capital, onde foi encontrado o seu cinturão de explosivos, 10 dias depois dos ataques.

"Estávamos a comer o nosso hambúrguer com dois amigos quando o vimos chegar. Parecia um homem normal, que não tinha nada para fazer. Começamos a conversar, era simpático, e depois foi embora", contou "Tom", de 17 anos, a um jornalista da revista francesa L'Obs. O jovem estava com dois amigos nas escadas de acesso a um prédio, perto do metro de Chatillon.

Outra testemunha explicou à BFM TV que Salah Abdeslam disse que se chamava "Abdel". "Tinha sotaque belga. Pediu para que adivinhássemos a sua idade. Tinha 26 anos. Usava um casaco acolchoado", recordou.

O extremista contou aos jovens que o carro tinha avariado e que estava à espera dos primos, que iam buscá-lo pela manhã. O grupo passou parte da noite a comer batatas fritas e a fumar droga, segundo os testemunhos relatados na imprensa.

Durante aquela noite, o grupo viu pelo telemóvel os vídeos dos atentados. "Ele ficou a ver o vídeo no telemóvel de um amigo nosso e não demonstrou qualquer emoção especial. Olhava e dizia que estava triste. Parece que se deu conta do que estava a acontecer", recordou outro jovem.

Dois dias depois, os estudantes viram o rosto de Abdeslam na televisão e procuraram a polícia. Depois de quatro meses em fuga, Abdeslam foi detido a 18 de março em Molenbeek, bairro de Bruxelas, onde cresceu.