“No terreno decorrem os trabalhos de levantamento dos danos causados pelos incêndios nos concelhos do Porto Moniz [costa norte] e da Calheta [zona oeste]”, disse o governante, adiantando que, até agora, já estão identificadas cinco casas afetadas.
Das cinco casas, duas são habitações devolutas, uma no concelho do Porto Moniz e outra no concelho da Calheta, e três habitadas com três residentes, nas freguesias da Fajã de Ovelha e Ponta do Pargo, no município da Calheta.
“Um dos residentes insistiu em ficar na sua habitação, pois os danos são apenas parciais”, disse Pedro Ramos, em conferência de imprensa no Serviço Regional de Proteção Civil, no Funchal, na qual apresentou o ponto da situação dos incêndios.
Os fogos ativos são na Calheta e no Porto Moniz e mobilizam um total de 36 veículos e 121 operacionais, entre os quais 25 do contingente de 64 elementos enviados pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para ajudar no combate e que chegaram hoje à região.
O fogo que lavrava numa área florestal na freguesia da Quinta Grande, no concelho de Câmara de Lobos, contíguo ao Funchal a oeste, foi declarado extinto.
“Importa referir que todas as pessoas que se encontravam deslocadas da sua habitação devido aos incêndios [33 no concelho do Porto Moniz], com exceção dos residentes do lar de idosos [39 utentes], já regressaram às suas habitações”, disse o secretário regional.
O governante atualizou também o número de pessoas que receberam assistência médica, que passou de 57 às 13:30 para 66 até às 19:00.
“No centro de saúde do Porto Moniz foram assistidos 30 cidadãos, no centro de saúde da Calheta foram assistidos 18 cidadãos, apenas com situações ligeiras, e no centro de saúde de São Vicente foram assistidos 17 cidadãos”, precisou, adiantando que cinco pessoas foram transferidas para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.
De acordo com Pedro Ramos, a energia elétrica já foi reposta em 100 das 400 casas afetadas nos concelhos da Calheta e Porto Moniz e as redes de telecomunicações danificadas serão reparadas até sábado, exceto no sítio dos Lamaceiros (Porto Moniz), onde a rede permanecerá inoperacional até à próxima semana.
Vários edifícios públicos e privados permanecem encerrados por motivos de segurança nos dois municípios.
O secretário indicou que 83 produtores de gado foram afetados pelos incêndios, que consumiram as áreas de pasto, mas já estão a receber ajuda ao nível de rações para um total de 382 animais, entre vacas, ovelhas e cabras.
O Governo da Madeira declarou na quinta-feira a situação de contingência devido aos incêndios e ativou o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil por um período de cinco dias, até segunda-feira.
O fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18:00, na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta, tendo alastrado durante a noite à freguesia contígua da Fajã da Ovelha e, posteriormente, na tarde de quinta-feira, às freguesias da Ponta do Pargo (ainda no concelho da Calheta), das Achadas da Cruz e do Porto Moniz, ambas já no município do Porto Moniz.
Na tarde de quinta-feira, foi também sinalizado um incêndio na freguesia da Quinta Grande, no concelho de Câmara de Lobos, que agora está extinto.
De acordo com o Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, desde o dia 04 de outubro foram registados vários focos de incêndios nos concelhos da Ribeira Brava, Ponta do Sol, Câmara de Lobos e Calheta, todos localizados na zona oeste da ilha, e desde quinta-feira também no município do Porto Moniz, na costa norte.
O arquipélago da Madeira encontra-se sob aviso meteorológico laranja desde a semana passada devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, que diariamente ultrapassa os 30 graus. A situação vai prolongar-se até às 23:00 de sábado.
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