“O nosso relacionamento com a Rússia nunca foi pior devido aos muitos anos de absurdo e estupidez dos Estados Unidos e agora, a caça às bruxas”, escreveu Donald Trump na rede social Twitter.

Donald Trump referia-se à investigação liderada por Robert Mueller – promotor especial escolhido pelo Departamento de Justiça norte-americano para investigar uma suposta ingerência de russos nas últimas eleições dos EUA.

A mensagem de Donald Trump surgiu pouco antes da cimeira de hoje com Vladimir Putin, marcada para 13:20 (10:20 GMT) no Palácio Presidencial em Helsínquia para discutir os conflitos na Síria e na Ucrânia, o desarmamento nuclear e a suposta interferência de Moscovo nas eleições dos Estados Unidos.

A cimeira de Helsínquia, a primeira formal entre Trump e Putin, vai ter início com um encontro privado entre os dois líderes, e será acompanhada apenas pelos seus intérpretes.

Em seguida, Trump e Putin participam num almoço de trabalho conjunto com ministros e assessores, seguido de uma conferência de imprensa.

Na sexta-feira, o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, revelou a acusação a 12 oficiais de inteligência russa, por práticas de pirataria informática no ato que elegeu Donald Trump para a Presidência.

A proximidade entre os presidentes norte-americano e russo tem sido notória há mais de um ano, como também tem sido um facto que a Administração de Donald Trump foi envolvida em controvérsias por causa da ingerência russa.

Antes de viajar para Helsínquia, durante a visita que efetuou ao Reino Unido, Donald Trump afirmou que os ataques ao Presidente russo são uma “caça às bruxas” e estão a prejudicar as relações com Moscovo.

“Eu acho que isso prejudica a sério o nosso país, e prejudica a sério a nossa relação com a Rússia. Eu acho que nós teríamos uma oportunidade de ter uma relação muito boa com a Rússia e uma relação muito boa com o Presidente Putin”, afirmou.

Por outro lado, o apoio, difícil de esconder, de Moscovo aos separatistas ucranianos e a intervenção militar na Síria, para manter Bashar al-Assad na Presidência, colocam a Rússia e os Estados Unidos em lados diferentes do conflito.

Na Síria, o único denominador comum é o combate ao grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, mas tal não chega para esbater as diferenças que se acumulam entre Washington e Moscovo noutros domínios, apesar do bom relacionamento pessoal que os dois presidentes mutuamente cultivam.

A cimeira de Helsínquia será a terceira entre presidentes dos dois países e embora não se pronuncie sobre a agenda do encontro, Trump ainda acredita que a melhoria das relações bilaterais assenta no bom relacionamento pessoal que mantém com Putin.

Todavia, numa entrevista à CBS News, divulgada domingo por aquela cadeia de televisão norte-americana, Donald Trump afirmou que não espera muito da cimeira: “Não vou com altas expetativas”.