“Estamos todos com a nossa paciência nos limites relativamente a esta matéria, mais importante do que trocar ofícios e mails é que haja ação por parte das entidades com meios e competências nestas matérias”, disse o presidente da Câmara após ter apresentado a moção que recebeu o apoio de todos os vereadores.

Fernando Pinto lamentou a ausência de respostas por parte do Governo face à atividade ilegal que movimenta mais de mil pessoas no estuário do Tejo e adiantou que a moção é um grito de alerta para que algo seja feito face ao que considera ser um flagelo.

A 16 de maio cinco pessoas ficaram feridas após o confronto de algumas dezenas de mariscadores, ao final da tarde em Alcochete.

“De forma alguma nos queremos habituar à situação de perturbação da ordem pública e presenciar troca de roupa na via pública, a episódios de nudez, consumo de álcool, desacatos e pancadaria”, disse.

Na moção hoje aprovada por unanimidade e que será enviada para o Governo, Presidente da República, Assembleia da República, Procuradoria-Geral da República, autoridades policiais e marítimas, o executivo alcochetano exige o reforço de efetivos humanos e de meios para a Guarda Nacional Republicana para que possa desenvolver com eficácia as suas atribuições assim como maior vigilância, fiscalização e atuação por parte da Polícia Marítima.

“O que temos assistido leva a concluir que o posto territorial da GNR de Alcochete não possui nem efetivos humanos nem os meios para garantir de forma eficiente as atribuições que lhe são conferidas”, disse,

Relativamente à Polícia Marítima, o presidente da autarquia adiantou que a atuação tem sido insuficiente e com resultados pouco eficazes e duradouros.

“Todos sem exceção conhecem esta triste realidade e nenhuma das entidades com competências pode escudar-se no desconhecimento”, salientou.

Fernando Pinto adiantou que não estão em causa as pessoas que dependem desta atividade, mas alertou que esta é ilegal e que o consumo desta ameijoa é também um problema de saúde pública.

“O que importa dizer é que há um problema que tem vindo a crescer há mais de uma década que não foi resolvido. Estamos a viver um cenário dantesco e perturbador. Se alguém tombar por via de uma bala perdida quem assume essa responsabilidade? “, disse.

Esta é já a segunda moção aprovada pela autarquia num espaço de um ano a insurgir-se contra o problema e a exigir das entidades mais fiscalização e vigilância.