Citando dados não oficiais, a Fars adianta que a primeira conclusão é uma vitória completa dos candidatos do bloco conservador e ultraconservador a nível nacional e que na capital, Mohammad Baqer Qalibaf, lidera a lista dos mais votados.
Os resultados completos, sobretudo em Teerão, deverão ser anunciados dentro de dias, acrescenta a Fars, sem se comprometer com datas.
Estes resultados parciais confirmam a expetativa de antes das eleições que era a derrota em toda a linha do bloco reformista e moderado, por duas razões, em que a principal foi a desqualificação de milhares de candidatos desta linha política pelo Conselho Guardião, órgão de tutela dos atos eleitorais no Irão.
A segunda razão assenta no profundo desapontamento dos eleitores, sobretudo das mulheres e dos que têm menos de 30 anos, com a gestão económica do executivo do Presidente Hassan Rohani, sobretudo a falta de cumprimento das promessas que fez na liberalização social e política, aquando da sua reeleição para o segundo e último mandato presidencial em 2017.
Vantagem confortável para bloco conservador
Segundo Esmaïl Mussavi, estão contados os votos em 55 dos 208 círculos eleitorais, situados maioritariamente nas zonas rurais das províncias de Azerbaijão Ocidental e Oriental, Isfahan, Bushehr, Jorasan do Sul, Juzestan, Jamedan e Semnan, entre outras.
Não foi adiantado nenhum valor relativo à taxa de participação dos cerca de 58 milhões de eleitores inscritos.
“Relativamente às zonas mais populosas e às grandes cidades o nosso propósito é anunciar os resultados o mais tardar domingo”, acrescentou Mussavi.
Os dados publicados pela Comissão Eleitoral apenas referem o nome do candidato e o número de votos que alcançou, sem identificar o respetivo partido. Contudo, e de acordo com os meios de comunicação locais, a grande maioria dos deputados já eleitos pertencem ao bloco conservador e ultraconservador.
Para efetuar a contagem dos votos foram credenciados um milhão de pessoas, que trabalharam durante a noite logo após o encerramento oficial das urnas, que sofreu quatro prolongamentos.
A agência semioficial Fars anunciou entretanto que a afluência dos eleitores era de 40% a nível nacional e de 30% em Teerão às 18:00 locais de sexta-feira, hora inicialmente prevista para o fecho da votação.
A votação foi prolongada por quatro vezes, tendo finalmente encerrado às 24:00 locais.
Cerca de sete mil candidatos do bloco reformista e moderado foram desqualificados nas eleições
Na manhã do dia de votação, logo após a abertura das urnas, o Guia Supremo do Irão ayatollah Ali Khamenei salientou que votar era um “dever religioso”, referiu a agência oficial IRNA.
Na passada quarta-feira, em conferência de imprensa, o porta-voz do Conselho Guardião, órgão que supervisiona os atos eleitorais no Irão e que desqualificou cerca de sete mil candidatos do bloco reformista e moderado, Abbasali Kadkhodaee antecipou que a afluência poderia situar-se à volta dos 50%. “Antecipamos que 50% do eleitorado vai votar”, disse então.
Abbasali Kadkhodaee salientou ainda que se os votantes forem menos de 50% tal não será motivo de preocupação.
“Há países europeus em que a participação eleitoral é inferior a 50%”, rematou.
Nas anteriores legislativas, realizadas em 2016, a taxa de participação anunciada oficialmente foi de 62%, e representou uma vitória clara do bloco reformista e moderado, que, designadamente em Teerão, resultou na eleição dos 30 lugares em disputa.
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