Sérgio Marques, que tutela a pasta das comunidades madeirenses, recebeu um grupo de cerca de 40 emigrantes, que regressaram recentemente à região na sequência da situação de caos e agitação social e política em que mergulhou a Venezuela nos últimos meses.
"Não temos capacidade para receber toda a gente que quer vir, mas não vamos fechar as portas a ninguém. Vamos receber todos de braços abertos", disse o governante, admitindo que os que regressam poderão enfrentar problemas ao nível da habitação, do emprego, da equivalência de diplomas e da regularização de documentos.
Sérgio Marques desloca-se à Venezuela - país onde residem cerca de 300 mil emigrantes oriundos da Madeira - de 29 de maio a 02 de junho, com o objetivo de manifestar solidariedade com a comunidade e estabelecer contactos com o governo de Nicolas Maduro.
No encontro com o grupo de emigrantes, esta manhã, o governante procurou "aprofundar o conhecimento" da realidade atual da Venezuela, tendo sido confrontado com muitos relatos emotivos e dramáticos.
"Vai fazer uma visita à Venezuela e verá que há gente [portugueses] a comer do lixo e há gente a morrer por falta de medicamentos", disse António Fernandes Jesus, que viveu cinco décadas naquele país e regressou recentemente à Madeira.
O emigrante vincou que a situação é "crítica de verdade, forte e amarga".
O secretário regional reconheceu que os contactos com o governo venezuelano não são fáceis e sublinhou que todas as iniciativas diplomáticas internacionais têm falhado, mas, por outro lado, advertiu que "não se pode apenas hostilizar", porque isso pode ter repercussões negativas na comunidade.
Face aos emigrantes que regressam, Sérgio Marques disse que seguramente vão "atravessar momentos difíceis", sobretudo porque a Madeira está a sair de uma "grave crise" e conta com 19 mil inscritos no Instituto de Emprego mas, por outro lado, realçou o seu "espírito empreendedor e capacidade de trabalho".
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