“Nenhuma pessoa sob a jurisdição do Equador está acima da lei”, sublinhou na sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores daquele país sul-americano, ressalvando, contudo, que irá manter o asilo ao australiano, que também tem nacionalidade equatoriana.

O Ministério das Relações Exteriores rejeitou no seu texto, como aconteceu horas antes nas redes sociais o ministro da tutela, José Valencia, os “falsos relatos que circularam” na internet sobre o fim de asilo diplomático para Assange e um pretenso acordo com o Reino Unido para o deter.

“O Equador deseja reiterar mais uma vez que se aplicam ao caso do Sr. Assange as disposições pertinentes do direito internacional” sobre o asilo, mas salienta que na legislação também existem “obrigações a acatar, às quais será exigido respeito a todo o momento”, pode ler-se no comunicado.

O Governo também salientou que a concessão de asilo diplomático “é um poder soberano do Equador, que, portanto, tem o direito de conceder ou terminar quando considerado justificado e sem consultar terceiros”.

“Ao emitir informação que distorce a verdade, o asilado e seus parceiros, mais uma vez expressam ingratidão e desrespeito para com o Equador, em vez de se mostrar agradecido para com o país que já recebeu há quase sete anos”, acrescenta-se na nota.

O Equador fez “despesas significativas para pagar a sua estadia na embaixada [em Londres], que apoiou sua grosseria” e que “paradoxalmente”, Assange processou o país “por adotar um protocolo de coexistência para impedir que os seus atos de mau comportamento se repitam no futuro”, frisou o Governo.

O portal WikiLeaks alertou esta semana que Assange seria expulso da embaixada dentro de “horas ou dias”, informação que teria sido revelada por uma alta fonte do Estado equatoriano. A mesma informação dava conta de um alegado acordo com o Reino Unido para que se procedesse à sua detenção.

Alguns dos simpatizantes do australiano reuniram-se à frente da embaixada com sinais de apoio.

O australiano refugiou-se na embaixada equatoriana na capital britânica em 2012 para evitar sua extradição para a Suécia, que solicitou que Assange se entregasse por supostos crimes sexuais.

Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com ações militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.

Naquele mesmo ano foram tornados públicos cerca de 250.000 telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que embaraçou Washington:

Assange receia que se deixar a embaixada do Equador as autoridades do Reino Unido podem extraditá-lo para os EUA, onde poderia enfrentar acusações de espionagem que poderiam condenar a prisão perpétua.

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