Também hoje, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, é esperado na cidade moçambicana da Beira, onde dezenas de portugueses perderam casas e bens devido ao ciclone Idai, para acompanhar o levantamento das necessidades e o primeiro apoio.

No grupo que partiu de Lisboa na terça-feira à noite, além do governante, estão elementos da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e do instituto Camões.

“O objetivo da missão é realizar um diagnóstico tão rigoroso quanto possível sobre as condições da comunidade portuguesa em Moçambique, nomeadamente na região da Beira. Estamos a falar de uma região e de uma jurisdição consular que corresponde a toda a Península Ibérica, que se encontra sem comunicações nesta altura”, disse José Luís Carneiro, em declarações à agência Lusa.

O secretário de Estado explicou que, entre sexta-feira e sábado, se vão juntar a esta equipa elementos do Ministério do Ambiente, responsáveis com “possibilidade de agilizar mecanismos na área da saúde” e também uma “equipa reforçada da Direção-Geral dos Assuntos Consulares, com funções consulares e diplomáticas”.

Em relação aos portugueses, o secretário de Estado reafirmou que não tem informações de vítimas mortais ou desaparecidos, mas frisou que ainda é cedo para dar garantias.

“A informação de que dispomos é que não existem vítimas mortais ou desaparecidos (…). É muito prematuro retirar ilações definitivas. Existe um trabalho a ser feito pelos serviços consulares e diplomáticos e pela Embaixada em Maputo, numa situação de catástrofe humanitária, talvez a maior que Moçambique viveu até hoje”, defendeu.

Portugal tem no terreno, desde domingo, uma equipa avançada da Embaixada de Portugal em Maputo, para fazer um levantamento das necessidades dos cidadãos portugueses.

Noventa por cento da área em torno da cidade da Beira foi destruída, as estradas principais de acesso à cidade foram cortadas, muitos edifícios ficaram submersos, não há eletricidade em toda a região e praticamente todas as linhas de comunicação foram destruídas, o que torna muito difícil aceder à dimensão correta do desastre, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras.

Na região da Beira, o número de portugueses residentes registados no consulado de Portugal na capital da província de Sofala aproxima-se dos 2.500 portugueses.