Juntam-se-lhes outros tantos colegas, como Afonso Teixeira, que esteve empenhado num projeto de reciclagem, ou Joana Ratado, que participou no programa de cidadania "um pequeno gesto, um grande sorriso". Maria Branco beneficiou da nova metodologia de ensino de línguas que investe fortemente na prática da oralidade.
Apostas em que os alunos podem "projetar", "mexer", "experimentar", "praticar", "fazer", "desenvolver", "construir" e, com tudo isso, aprender.
Nesta escola da Covilhã, distrito de Castelo Branco, exemplos não faltam para apontar os resultados da adesão ao programa de Autonomia e Flexibilidade Curricular, cuja apresentação nacional foi feita, exatamente, neste estabelecimento de ensino.
Estava-se em setembro de 2017 e a escolha prendeu-se com o facto de a escola já ser considerada um "modelo" na implementação de projetos e práticas inovadoras na aprendizagem, salientou, na altura, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
Desde então, o caminho continuou a ser feito e, no ano letivo que agora arranca, mantém-se a meta de continuar a criar as melhores condições de aprendizagem, formação e aquisição de competências por parte dos alunos.
"Somos uma escola que centra a aprendizagem no aluno. Ou seja, não encaramos o ensino apenas na perspetiva em que o professor transmite o conhecimento na sala de aula e depois disso acabou. Tentamos ir mais além. Trabalhamos para adequar a partilha do saber ao perfil do aluno e à realidade exterior, em interligação com a componente da participação cívica", explica o diretor da Escola Secundária Quinta das Palmeiras, João Paulo Mineiro.
A Autonomia e Flexibilidade Curricular deu enquadramento formal ao que já se fazia e trouxe "mais liberdade" na construção de planos curriculares com métodos que apostam na prática e que visam responder à exigência da sociedade atual e dos desafios futuros.
A transdisciplinaridade, a possibilidade de o aluno poder escolher uma disciplina de outra área de estudo, bem como a implementação de Cidadania e Desenvolvimento para todos os alunos do 7.º ao 12.º ano foram outras das componentes que a Autonomia e Flexibilidade Curricular permitiu desenvolver.
Foi também criada a disciplina de Projeto Integrador, que vai do 7.º ao 9.º ano e que envolve o estudo do meio, passando pelo desenvolvimento de competências e empreendedorismo, até à realização de um projeto de criação de uma empresa.
A isto, somam-se ainda a interligação com a comunidade - nomeadamente através de projetos com empresas ou instituições locais - ou recurso ao contexto regional para a melhor compreensão dos conteúdos programáticos.
Da teoria à prática, alguns alunos da Quinta das Palmeiras já foram confrontados com o processo que leva as estradas da região a ficarem geladas no inverno, tendo depois trabalhado o tema de forma a perceberem a razão pela qual se recorre ao sal-gema para derreter o gelo, tal como lembra Olga Fernandes, professora de Físico-Química.
Albano Costa, professor de Ciências, Albertina Leitão, professora de Francês, e Lídia Mineiro, professora de História e coordenadora da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, também apontam casos concretos em que uniram o método tradicional com ferramentas de ensino mais inovadoras.
Cumprem o paradigma de uma "escola virada para o futuro", que, assumem, implica mais trabalho, mas que também é uma mais-valia para a escola, para os professores e, acima de tudo, para os alunos.
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