“Hoje não há aulas porque chegámos a uma rutura e não temos as condições mínimas para a escola estar a funcionar”, frisou à agência Lusa Maria de Lurdes Batista, diretora do estabelecimento escolar.
A escola, com cerca de 600 alunos, do 7.º ao 12.º ano, está aberta, mas com as atividades letivas suspensas, durante todo o dia, numa decisão da direção da escola, em conjunto com a associação de pais, professores e funcionários”.
“Estamos parados para que a comunidade escolar possa reunir e para verificarmos quais as condições que podemos dar aos alunos na quinta-feira, porque já vai haver aulas, mas com espaços encerrados”, explicou a diretora.
Segundo Maria de Lurdes Batista, o estabelecimento enfrenta “vários problemas” e, “nos últimos dois anos e meio”, comunicou essas dificuldades “às secretarias de Estado e ao ministro” das Educação, Tiago Brandão Rodrigues, assim como “ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, aos deputados e aos candidatos à Câmara de Évora”, nas recentes eleições autárquicas.
“Todos sabem do que se passa e estamos à espera que nos digam alguma coisa superiormente e que arranjem soluções urgentes para minorar esta situação”, argumentou.
Na Escola Secundária André de Gouveia, relatou a diretora, deviam trabalhar “24 assistentes operacionais”, mas, atualmente, “devido às baixas, de curta e longa duração, apenas há 12 funcionários”.
“Não há funcionários para o espaço todo e, agora, temos mais alguns de baixa. Aliás, temos estado a funcionar com pavilhões sem ninguém, são os professores que vão buscar a chave e resolvem os assuntos sozinhos”, indicou.
O fornecimento de refeições é outro dos problemas, acrescentou.
“A canalização da cozinha é tubo galvanizado, com 40 anos. É velha, está toda ferrugenta e entrou em rutura em vários sítios. Quando arranjamos a tubagem num sítio, rebenta noutro”, relatou.
Perante esta situação, as refeições têm estado a ser confecionadas em duas outras escolas, sendo depois transportadas para a André de Gouveia em marmitas, para distribuir aos alunos, “em pratos de plástico, visto que não se podiam lavar e higienizar os outros pratos”.
“Tem sido horrível, porque não é condição nenhuma fazer parte da comida num sítio, outra noutro e transportá-la para a escola”, mas, na terça-feira, a situação complicou-se ainda mais, porque “uma cozinheira, que já tinha uma tendinite, deu um jeito a carregar marmitas pesadas e ficou de baixa”, contou a diretora.
A necessidade de obras na escola, para substituir a instalação elétrica, que “também é velha”, ou para reparar o chão de salas de aulas e um pavilhão “onde entra chuva”, é outra das reclamações da direção da escola, que vai reunir, hoje de tarde, com os pais e diretores de turma, para analisar o reinício das aulas, na quinta-feira.
“Estamos concentrados e vamos pensar o que podemos fazer”, disse, explicando que a ideia passa por abrir normalmente na quinta-feira, mas “com o refeitório fechado e reforço do ‘buffet’, para que os alunos, mesmo que não tenham uma alimentação quente, terem mais fruta, sandes” e outros alimentos.
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