Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que o tribunal deu como provado que o arguido aceitou transportar a droga para a entregar a pessoas não concretamente identificadas, que destinavam tal produto à sua posterior venda, recebendo em contrapartida um valor que não foi apurado.

Durante o julgamento, o arguido, um cidadão espanhol de 41 anos, assumiu a prática dos factos, alegando que desconhecia a qualidade e quantidade do produto estupefaciente e que não ia vender a droga.

“Fui contratado para fazer um transporte de droga da Galiza para Huelva, recebendo em troca 2.500 euros e mil euros para despesas”, disse o arguido, adiantando que o negócio lhe foi proposto por um amigo que não quis identificar.

O tribunal condenou o arguido a sete anos de prisão por um crime de tráfico de estupefacientes, deixando cair a agravação do crime.

“A sua atuação é um ato isolado que se resume ao transporte, mas não podemos esquecer que é uma elevadíssima quantidade de cocaína a circular pelas vias terrestres, o que não é comum, e que revela uma estrutura organizativa que está por trás da sua atuação”, disse a juíza presidente.

O arguido, que vai manter-se em prisão preventiva até esgotar todas as possibilidades de recurso, foi intercetado pelas autoridades portuguesas no dia 17 de julho de 2019, quando transportava 30 fardos de cocaína, na A1, na zona da Mealhada, numa ação concertada com a Unidade de Combate ao Crime organizado da Guarda Civil da Galiza, em Espanha.

A droga, com um peso total de 151 quilos e um “elevado grau de pureza”, estava escondida no fundo falso de um reboque que se encontrava acoplado à viatura conduzida pelo arguido.

Na mesma altura, a Guarda Civil espanhola avançou com buscas e detenções de mais 13 pessoas no país vizinho, que permitiram a recolha de uma grande quantidade de prova material, para além de dinheiro, veículos e equipamento eletrónico altamente especializado, confirmando a elevada sofisticação da organização.

A Polícia Judiciária disse então acreditar que as intervenções nos dois países “terão desmantelado uma importante rede de tráfico de estupefacientes, responsável pela introdução de grandes quantidades de drogas na Península Ibérica”.

Segundo a agência de notícias espanhola EFE, a introdução da droga seria feita por via marítima, através de um reboque de barco que estava aparentemente vazio, mas vinha equipado com um sofisticado sistema hidráulico que permitia transportar mais de 300 quilos.

De acordo com a Guarda Civil, a chamada Operação Mansalva resultou na detenção de 14 pessoas, 11 em Pontevedra, duas em Valência e uma em Portugal.

Além disso, a operação conseguiu apreender quase meia tonelada de cocaína (475 quilos).

De acordo com a mesma fonte, as investigações permitiram frustrar a entrega de mais de 300 quilos de cocaína em Espanha, que estavam a ser transportados da Galiza para Valência.

A polícia apreendeu ainda 12 mil euros em dinheiro, 12 telefones satélites, quatro veículos que tinham fundo duplo e um reboque.

A guarda descobriu também uma plantação de marijuana com mil plantas.

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