João Barros, gerente da empresa em Portugal referiu, que, neste momento, os trabalhos de prospeção estão parados em Covas do Barroso e as equipas ambientais estão a recolher dados para o EIA.

O responsável acrescentou que, “se tudo correr bem”, o EIA estará concluído até ao final do ano e será depois entregue à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“Continuamos a fazer a definição do recurso mineiro e o estudo de viabilidade do projeto”, salientou.

O projeto tem por objetivo a ampliação da concessão já existente desde 2006 para a produção de concentrado de espodumena com vista ao aproveitamento de minerais de lítio para alimentar a indústria das baterias elétricas.

O responsável falava no decorrer de uma visita da Comissão Parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas ao local onde se pretende implementar a mina.

Os deputados foram a Covas do Barroso conhecer o projeto da empresa Savannah Resources para a freguesia do concelho de Boticas, no distrito de Vila Real, e ouvir a população que contesta o projeto.

O presidente da comissão parlamentar, Hélder Amaral (CDS) disse aos jornalistas que a visita pretende “ajudar a esclarecer”.

A falta de informação do projeto tem sido uma das principais queixas e críticas da população e dos autarcas.

Hélder Amaral referiu que é importante “ponderar bem os interesses que estão em jogo” e avaliar o custo-benefício e as contrapartidas que as populações vão obter da exploração desses recursos.

“Temos aqui interesses contraditórios, interesse de uma empresa que legitimamente quer explorar e está a fazer o seu investimento, mas há um interesse do país e da população que tem que ser preservado”, salientou.

Este é o momento para, acrescentou, “chamar a atenção das entidades que licenciam para serem rigorosas, à população que seja muito curiosa e criteriosa nas perguntas que faz e ajudar um pouco quer à junta de freguesia quer à câmara municipal a representarem a população e esclarecendo de forma coerente o que se vai fazer”.

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, garantiu que a câmara “está atenta, alerta e sempre em defesa da população”, referindo que, até este comento, a autarquia “não foi tida nem achada”.

Na fase de consulta pública do EIA, a autarquia possui “o trunfo” de ter de dar parecer sobre algumas questões.

“A seu tempo, sempre em comum acordo com a população, dará o parecer que mais interessar ao concelho garantidamente”, salientou o autarca.

Aida Fernandes, presidente do conselho diretivo dos baldios e que integra a Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), disse que a população se mantém “muito preocupada” com o projeto que vai provocar grandes impactos na freguesia.

Em fase de exploração, sairão de Covas do Barroso uma média de 25 camiões diários carregados de material.

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