"O presidente [Petro] Poroshenko e eu concordamos que iríamos examinar as medidas que os Estados Unidos e a Ucrânia poderiam tomar" para lidar com uma possível interferência russa, afirmou Bolton após uma reunião com o líder ucraniano.

"Poderíamos fazê-lo através dos canais normais de aplicação da lei ou através de outros mecanismos", indicou, acrescentando que "estamos preparados para trabalhar com o governo ucraniano para evitar essa intromissão".

Poroshenko, presidente da Ucrânia desde 2014, deve disputar um segundo mandato no próximo ano. Mas a atual primeira-ministra Yulia Timoshenko, que foi presa durante o governo do ex-presidente Viktor Yanukovich, é favorita, de acordo com as sondagens mais recentes.

Na quinta-feira, 23 de agosto, Bolton disse que havia alertado o seu homólogo russo, Nikolai Patrushev, de que Washington não toleraria a interferência nas eleições americanas de novembro, após novas evidências sobre a alegada interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.

A Rússia e a Ucrânia estão em desacordo desde a insurreição popular pró-Ocidente que derrubou o pró-russo Yanukovich em 2014.

Depois da queda do ex-governante, Moscovo anexou a península da Crimeia e um conflito, que deixou mais de 10.000 mortos, teve inicio entre as forças do governo ucraniano e os separatistas pró-russos no leste do país, que têm nas cidades de Luhansk e Donetsk os seus bastiões autogovernados.

A contenda, ainda em curso, continua a causar vítimas. Como escreve a BBC, o ministério da defesa da Ucrânia informou que cinco soldados morreram e sete ficaram feridos no leste da Ucrânia depois de um ataque das forças separatistas. Estas escaramuças violam o acordo de cessar fogo firmado no dia anterior.

A violência voltou a escalar na véspera do 27º aniversário da independência da Ucrânia. Num sinal de apoio dos Estados Unidos à Ucrânia, John Bolton participou numa parada militar sem precedentes em Kiev nesta sexta-feira para celebrar a data.