Francisco Assis confrontou hoje a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Federica Mogherini, sobre o "frio assassínio" da ativista dos direitos humanos, socióloga e vereadora Marielle Franco, de 39 anos, que, segundo a Globo, "foi morta a tiros dentro de um carro", cujo motorista foi também baleado mortalmente.
"Em face da gravidade destes factos, como pretende a UE influenciar as autoridades brasileiras, para que este chocante assassínio seja investigado até às últimas consequências e para que seja garantida a segurança das populações e dos ativistas que pugnam pelos direitos humanos?", questionou Francisco Assis.
O eurodeputado socialista lembrou que "Marielle era uma personalidade interventiva e admirada por muitos, tendo-se destacado pela denúncia da violência arbitrária e amiúde mortífera a que, por vezes, recorrem as forças policiais brasileiras nas suas operações, nas favelas do Rio de Janeiro".
Assis frisou também que a vereadora eleita pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), força política que "tem vindo a ganhar espaço eleitoral e mediático" no Rio de Janeiro, "tinha sido escolhida para relatora de uma comissão destinada a acompanhar a polémica intervenção federal na segurança pública" do Rio de Janeiro.
No atentado contra Marielle Franco, que tinha participado no início da noite de quarta-feira num evento denominado "Jovens Negras Movendo as Estruturas", uma assessora da vereadora foi atingida por estilhaços e transportada para o hospital.
Segundo as primeiras informações da Polícia Militar, o carro onde se deslocavam os criminosos colocou-se ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam, tendo esta sido atingida por quatro tiros na cabeça.
"A perícia encontrou, pelo menos, nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada", adiantou a Globo.
O secretário de Estado de Segurança, Richard Nunes, disse ter determinado uma ampla investigação e que acompanha a situação com o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.
Já o deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo considerou o crime "inadmissível", observando que as "características são muito nítidas de execução".
O portal de notícias acrescenta que um dia antes de ser assassinada, Marielle Franco questionou a violência na cidade e a ação da Polícia Militar (PM).
O presidente da câmara do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, lamentou o "brutal assassinato" e "lembrou a "honradez, bravura e espírito público" da vereadora, numa nota publicada na página da autarquia na Internet.
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