Estas são as linhas base do discurso com que os socialistas pretendem apresentar-se aos portugueses na campanha para as eleições de 26 de maio próximo e que, segundo fonte da direção do PS, estarão presentes nas principais intervenções tanto do secretário-geral, António Costa, como do seu cabeça de lista, que, tudo indica, será o atual ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

Neste sábado, ao fim da tarde, em Gaia, na sessão de encerramento da Convenção Europeia do PS, António Costa apresenta formalmente o "número um" da sua lista europeia, passando-lhe em seguida a palavra para a intervenção política final.

O PS identifica três desafios como "cruciais" para Portugal no que respeita à agenda da União Europeia: A reforma da União Económica e Monetária (UEM), as negociações das perspetivas financeiras e a revisão do pilar social. A partir das respostas a estes mesmos três desafios, o PS acredita que também estabelece linhas de demarcação face às restantes forças políticas nacionais.

Em relação à reforma da zona euro, António Costa sustenta que só a pode concretizar com sucesso quem é favorável à moeda única, o que exclui o Bloco de Esquerda e o PCP, mas, igualmente, quem não se mostra "conformado" com as atuais regras da moeda única - aqui, numa crítica ao anterior executivo PSD/CDS-PP, de Pedro Passos Coelho.

"Há três anos diziam-nos que, para nos mantermos no euro, tínhamos de nos manter subjugados à austeridade, mas provámos que não era assim e que é possível fazer diferente na Europa", tem acentuado o secretário-geral do PS, defendendo que, para tal, "é preciso ter capacidade negocial e de influência, determinação política e competência".

Fonte da direção do PS acrescenta neste ponto que a capacidade de influência dos socialistas portugueses em Bruxelas, em particular a do primeiro-ministro, reflete-se nas frequentes presenças em Portugal do candidato do Partido Socialista Europeu (PSE) à presidência da Comissão Europeia, o holandês Frans Timmermans. O ainda vice-presidente da Comissão Europeia será um dos oradores na sessão de encerramento da Convenção Europeia do PS no próximo sábado.

Além do fim das assimetrias económico-financeiras provocadas pelo euro, penalizando os países da periferia, a segunda preocupação do PS em termos de agenda europeia é a das negociações das perspetivas financeiras plurianuais da União.

Neste capítulo, o PS traça como linha vermelha a ideia de que a diminuição de receitas provocada pela saída do Reino Unido da União Europeia seja feita à custa das políticas agrícola comum e de coesão.

Como resposta à quebra de receitas geradas pelo 'Brexit', o PS defende um aumento das contribuições de cada Estado-membro - uma perspetiva que é contestada pelas correntes que os socialistas classificam como "populistas" no panorama político europeu.

"É preciso ter a coragem de dizer que a única forma de resolver isto é aumentar os recursos da União Europeia e não entrar na demagogia de dizer que nos recusamos a dar mais dinheiro nacional. Se queremos que todos os países aumentem as suas contribuições para a União Europeia, nós também temos de dar o exemplo", defende António Costa.

Nas suas últimas intervenções públicas, o secretário-geral do PS tem igualmente respondido aos críticos à sua esquerda e à sua direita sobre a perspetiva do fim da regra da unanimidade no lançamento de impostos europeus, assegurando que não se destinam a tributar empresas nacionais, mas, antes, por exemplo, "multinacionais do digital que não pagam impostos em país nenhum".

Já em relação ao pilar social, até às eleições de 26 de maio próximo, o PS acentuará a defesa da sua tese de que a União Europeia não pode ter só regras objetivas nos domínios económico e financeiro.

Ou seja, para os socialistas, tem de haver políticas comuns em matérias como o emprego, as qualificações, o combate à pobreza e às alterações climáticas ou na regulação dos fluxos migratórios.

Nesta matéria, para o PS, "segurança" é a palavra do modelo social que se pretende preservar: Segurança no desemprego e segurança após a fase laboral da vida de um trabalhador. Desafios que os socialistas consideram que serão cada vez mais exigentes face às transformações em curso no mercado de trabalho europeu.

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