Estas são duas das características da linha de campanha eleitoral que será desenvolvida pelo PS, que terá a sua primeira grande iniciativa já no domingo, em Mangualde, no distrito de Viseu, com um almoço comício com a presença do candidato do grupo socialista à presidência da Comissão Europeia, o holandês Franz Timmermans, e do secretário-geral deste partido, António Costa.
"Desde que não colida com a agenda de primeiro-ministro, António Costa vai ter uma participação frequente na campanha do PS", disse à agência Lusa fonte oficial socialista.
Ao longo da campanha, de acordo com a mesma fonte, as presenças de António Costa ao lado de Pedro Marques deverão ocorrer sobretudo nos fins-de-semana, mas também à noite entre as segundas e sextas-feiras.
Sobre o grau de frequência das presenças do líder socialista nas ações desta campanha, o "número um" da lista europeia do PS, em declarações à agência Lusa, considera "normal" que António Costa, quando não tiver funções de primeiro-ministro, participe nas iniciativas do partido.
"Isso significa que somos todos. Estas não são as eleições de um cabeça de lista ou de uma lista. O PS aposta muito forte nestas eleições europeias", acentua.
Nesta questão, Pedro Marques aproveita também para passar a mensagem de que não teme os momentos de campanha em que não terá a companhia do secretário-geral do PS.
"Conheço bem Portugal. Na pré-campanha já fiz mais do que uma volta ao país, não tenho qualquer problema no contacto de proximidade com as pessoas e tudo tem corrido bem", sustenta.
Pedro Marques procura depois salientar a dimensão territorial e estratégica inerente à campanha que será feita pelo PS até às eleições do próximo dia 26.
"Temos uma lista com presença em todo o território nacional. A ideia principal é mobilizar as pessoas para votar, o nosso adversário é a abstenção. Vamos transmitir exemplos positivos, desde o setor social ao agrícola, de como a Europa conta na nossa vida e faz a diferença", afirma.
Além do combate a abstenção, o cabeça de lista socialista refere como objetivo cimeiro "explicar" as linhas de demarcação do PS face aos partidos da "direita" - diferenciação que acredita estar bem patente em propostas como "o novo contrato social para a Europa ou a reforma da zona euro".
Ao contrário do habitual, principalmente no caso de eleições legislativas, a caravana do PS vai desta vez passar, no período decisivo da campanha, não só nos Açores, como também na Madeira.
Uma opção que se explica politicamente por o PSD não ter qualquer candidato dos Açores na sua lista na sequência de um diferendo entre as estruturas nacional e regional dos sociais-democratas.
Em sucessivos discursos, Pedro Marques tem acentuado precisamente que o PS é o único partido que apresenta em lugares elegíveis candidatos das duas autonomias: o açoriano André Bradford na quinta posição e a madeirense Sara Cerdas no sexto lugar.
"Isso é uma das características que nos distingue do PSD", acentua o ex-ministro das Infraestruturas.
Se, no caso dos Açores, o objetivo é procurar explorar uma possível fragilidade política do PSD nesta região autónoma, já no caso da Madeira a aposta insere-se no objetivo assumido pela direção do PS de vencer em setembro próximo, pela primeira vez, as eleições regionais.
Como é tradicional, o PS dedica os dois últimos dias de campanha às duas maiores áreas metropolitanas do país: Porto e Lisboa.
No dia 23, os socialistas farão a descida da rua de Santa Catarina, na baixa portuense, terminando o dia com um jantar comício num dos seus principais bastiões nacionais: Matosinhos:
No dia seguinte, a 24, o PS começa a manhã com uma arruada na Freguesia de Moscavide, fazendo depois o tradicional almoço da Trindade, antes da descida do Chiado. A campanha fecha com um comício na Praça do Município de Lisboa.
Durante o período de campanha, em território continental, o PS tem já comícios agendados para Faro (terça-feira), Almeirim (quarta-feira), Covilhã (dia 17), Guimarães (dia 18), Aveiro (dia 21) e Setúbal (dia 22).
Comentários