A organização celebra os 100 anos do nascimento de Jorge de Sena com a realização, no dia 20, de uma iniciativa intitulada “Jorge de Sena - Viagem literária entre Coimbra e Figueira da Foz”, inspirada na vida e na obra do poeta, ficcionista, crítico literário e tradutor, exilado durante vários anos no Brasil e nos Estados Unidos, país onde lecionou, na Universidade da Califórnia, e onde morreu, em 1978.

No dia 23, Sophia de Mello Breyner é recordada com “uma performance que liga a dança à poesia”, uma proposta subordinada ao tema “Tudo quanto vi - Um poema coreográfico para Sophia”.

Promovido pela Fundação Inês de Castro e pela Quinta das Lágrimas, com apoio e em parceria com a Câmara e a Universidade de Coimbra (UC), entre diversas entidades, o Festival das Artes prolonga-se por dez dias, sob o mote “Luz e Sombra”, incluindo sete ciclos com 28 eventos, em áreas como música, gastronomia, dança e artes visuais, entre outras.

No final da apresentação do festival, o seu diretor, Miguel Júdice, destacou a evocação de Jorge de Sena, enquanto “viagem literária no caminho da sua obra de Coimbra à Figueira da Foz”, com início às 09:30 do dia 20, feita de comboio e para um máximo de 50 pessoas inscritas.

Já a homenagem a Sophia de Mello Breyner, com um bailado pela Companhia de Dança em Diálogo, realiza-se no anfiteatro Colina de Camões, no complexo turístico da Quinta das Lágrimas, no dia 23, às 21:30.

“Vai ser um espetáculo marcante e muito bonito”, salientou Miguel Júdice

Entre várias, o programa inclui as atuações da Macao Youth Symphony Orchestra, no dia 24, e da banda de Salvador Sobral e Victor Zamora, no dia 25.

A presidente da Fundação Inês de Castro, Cristina Castel-Branco, realçou a necessidade de “ajustar a oferta à procura”, com o programa concentrado em menos dias do que nas primeiras edições, e tendo em conta que em 2018 a afluência de público, na ordem das 5.000 pessoas, ficou aquém do esperado.

No ano passado, disse, a realização simultânea de diferentes eventos com entrada grátis em Coimbra acabou por prejudicar a adesão do público à programação do Festival das Artes.

No concerto de abertura, “Amor e Paraíso”, no dia 19 de julho, no Convento São Francisco e “em estreia mundial em língua portuguesa”, a soprano Susana Gaspar “vai seguir as pisadas de Sarah Bernhardt e declamar poemas de Paul Armand Silvestre, numa peça composta por Isaac Albéniz”, num serão cultural que, segundo a organização, conta também com a participação do Ensemble Mediterrain, sob a direção de Bruno Borralhinho.

A programação inclui concertos, três dos quais com duas orquestras nacionais e uma internacional, “que prometem encher as noites de música clássica”, três exposições, um bailado, um programa educativo “dedicado aos mais novos e ao convívio destes com os mais velhos”, um ciclo de gastronomia e um de conferências, além de cinema.

O anfiteatro Colina de Camões continua a funcionar “como âncora deste festival”, que ocupa outros espaços da cidade, como a Biblioteca Joanina da UC, o Edifício Chiado e o Museu Nacional Machado de Castro.

Intervieram ainda na apresentação desta edição do Festival das Artes, a diretora regional de Cultura do Centro, Susana Menezes, e a vereadora da Cultura da Câmara de Coimbra, Carina Gomes.