Considerados os incêndios mais mortíferos em mais de um século nos Estados Unidos, estes fogos causaram pelo menos 115 mortos, atingindo sobretudo a ilha de Maui.
Mais de três centenas de pessoas continuam desaparecidas devido à catástrofe que assolou este arquipélago norte-americano, entre as quais alguns lusodescendentes.
A diplomacia portuguesa continua a acompanhar a situação e em contacto “regular” com algumas das famílias afetadas, mas até ao momento o Ministério dos Negócios Estrangeiros não recebeu qualquer pedido de ajuda de portugueses ou lusodescendentes.
“Não foi identificada qualquer vítima portuguesa, no entanto, não havendo números exatos no que respeita a lusodescendentes, há vítimas e pessoas afetadas, havendo conhecimento de pelo menos uma lusodescendente que morreu e vários que ainda constam entre os desaparecidos”, refere o MNE português, questionado pela Lusa.
A mesma fonte dá conta de duas famílias portuguesas que ficaram sem casa e diversas famílias lusodescendentes que também perderam a habitação.
De acordo com o último censo dos Estados Unidos, mais de 90 mil havaianos identificaram-se como “portugueses”, o que significa que cerca de 10% assumem-se como lusodescendentes, um número que deverá ser superior.
Por essa razão, prossegue o MNE português, “é de estimar que, entre as vítimas e pessoas que perderam casa, a percentagem de lusodescendentes seja semelhante”, uma contabilidade difícil de fazer, pois vários lusodescendentes (por via materna) já não têm apelido português.
A epopeia da emigração portuguesa para o Havai começou em 1878 e levou ao arquipélago no Pacífico 27.000 portugueses, que trocaram a fome e a miséria pelo trabalho árduo nos campos de cana-de-açúcar.
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