“No total, [os ucranianos] lançaram 24 foguetes HIMARS. Vinte e um foram abatidos por unidades de defesa antiaérea e três foguetes desviaram da sua trajetória e caíram na água ao lado da ponte Antonivka”, declarou um porta-voz dos serviços de emergência citado pela agência de notícias oficial russa RIA Novosti.
A cidade de Kherson, capital da região homónima, localiza-se na margem direita do Dnieper, rio que a separa do restante do território daquela unidade administrativa, anexada pela Rússia em 30 de setembro, juntamente com a região de Zaporijia e as intituladas Repúblicas de Donetsk e Lugansk.
Nas últimas semanas, as tropas ucranianas fizeram progressos significativos no norte e nordeste da região de Kherson, pelo que a administração regional instalada pela Rússia ordenou a retirada da população civil – primeiro da margem direita do Dnieper e, na segunda-feira, de uma faixa de 15 quilómetros já na margem oposta.
“Esta decisão permitirá criar uma defesa escalonada, que permitirá repelir os ataques de grupos armados ucranianos e defender a nossa população civil”, explicou o governador interino nomeado por Moscovo, Vladimir Saldo.
No âmbito das retiradas de Kherson, cerca de 80.000 pessoas foram transferidas para a margem esquerda do Dnieper.
De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra dos Estados Unidos (ISW), as forças ucranianas podem recuperar a cidade de Kherson antes do final do ano.
Ao mesmo tempo, fontes oficiais ucranianas reconheceram recentemente que a Rússia está a reforçar significativamente as suas tropas na região, que é de grande importância estratégica devido à sua proximidade com a península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classificou esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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