“A lista está sendo elaborada. Visaremos uma série de atividades localizadas no Donbass e diretamente relacionadas com os interesses russos, que adaptaremos aos desenvolvimentos atuais”, anunciou o Palácio do Eliseu, especificando que o exame dessas sanções em Bruxelas vai começar na terça-feira.

A reação surge após o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter reconhecido hoje a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia e instado o parlamento a assinar os tratados que permitirão o apoio militar de Moscovo a estas autoproclamadas repúblicas.

Putin pediu também ao parlamento russo para “aprovar esta decisão” para, em seguida, “ratificar os acordos de amizade e de ajuda mútua a estas repúblicas”, o que permitirá a Moscovo enviar apoio militar aos dois territórios pró-russos do Donbass ucraniano.

Após o longo discurso televisivo, Vladimir Putin assinou o decreto com o reconhecimento e os tratados de amizade e assistência mútua com os líderes de Donetsk, Denis Pushilin, e Lugansk, Leonid Pásechnik.

Segundo Putin, a decisão foi tomada depois de receber hoje um pedido [de reconhecimento] por parte de ambos os líderes separatistas pró-Rússia e depois da Duma [câmara baixa do parlamento russo] ter enviado uma resolução com um pedido de reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk.

Após o reconhecimento como territórios independentes, o Presidente da Rússia ordenou a mobilização do Exército russo para “manutenção da paz” nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

A posição de Moscovo sobre estas repúblicas interrompe o processo de paz resultante dos acordos de Minsk de 2015, assinados pela Rússia e pela Ucrânia, sob mediação franco-alemã, já que estes visavam, precisamente, um regresso dos territórios à soberania ucraniana.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, após o anúncio de Moscovo, anunciou que vai emitir “em breve” uma ordem executiva com sanções devido ao reconhecimento pela Rússia das repúblicas separatistas da região ucraniana de Donbass, na Ucrânia.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, indicou em comunicado que a ordem executiva presidencial vai proibir novos investimentos, comércio e financiamento dos Estados Unidos para, de ou nos territórios separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.