Segundo a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, a presença do embaixador francês, Romain Nadal, no aeroporto de Caracas, há uma semana, juntamente com outros diplomatas europeus, visou “evitar a violência e promover a solução política defendida por França para a Venezuela”.
A mesma fonte acrescentou que a presença do embaixador francês foi “coerente com o reconhecimento por parte de França” de Juan Guaidó como “presidente da Assembleia Nacional da República Bolivariana da Venezuela e como presidente de transição encarregado de pôr em prática um processo eleitoral”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês refere que “esta posição, sem ambiguidade, foi lembrada ao embaixador da Venezuela em França quando foi hoje chamado ao ministério”.
Na segunda-feira, o Governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, acusou, por escrito, o embaixador de França em Caracas de ingerência, com o diplomata a ser chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela.
Caracas considera que o embaixador francês, ao receber no aeroporto Juan Guaidó, reconhecido por França e dezenas de outros países, inclusive Portugal, como Presidente interino do país, violou “as convenções internacionais sobre os usos e costumes que regem as relações pacíficas entre nações”.
Juan Guaidó terminou há uma semana uma viagem por várias capitais, incluindo Bruxelas e Paris, onde foi recebido pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.
A chegada a Caracas do autoproclamado Presidente da Venezuela ficou marcada por agressões que lhe foram infligidas no aeroporto e pela detenção de um tio que viajou com ele num voo da TAP de Lisboa para a capital venezuelana.
O regime venezuelano acusou a companhia aérea portuguesa de violar “leis internacionais” ao permitir o transporte de explosivos — que imputa ao tio de Juan Guaidó – e de ter ocultado a identidade do líder da oposição no voo proveniente de Lisboa.
Na sequência das acusações, o Governo da Venezuela anunciou na segunda-feira a suspensão por 90 dias das operações no país da TAP por “razões de segurança”, uma decisão que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou “inamistosa e injustificada” e que foi também contestada, hoje, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
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