O voto teve a abstenção do PCP, PEV e BE e os votos favoráveis das restantes bancadas da Assembleia Municipal.
“A Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 08 de outubro de 2019, presta homenagem a Diogo Freitas do Amaral, guarda um minuto de silêncio em sua memória e endereça à sua família as mais sentidas condolências”, lê-se no voto, apresentado pelos deputados municipais do CDS-PP e também subscrito pela presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, pelo PPM, pelo MPT e pelo deputado independente Rui Costa.
O fundador do CDS e ex-ministro Diogo Freitas do Amaral morreu na quinta-feira, aos 78 anos.
No voto, Diogo Freitas do Amaral é recordado como um “notável académico especializado em Direito Administrativo” que se licenciou em 1963 na Universidade de Lisboa e, em 1984, chegou a professor catedrático, tendo cumprido cinco mandatos como presidente do Conselho Científico da Faculdade de Direito de Lisboa.
Contudo, lê-se no texto, “o seu reconhecimento público advém principalmente da atividade política que iniciou no pós 25 de Abril de 1974 quando, num ato de grande coragem, fundou o CDS - Centro Democrático Social, um partido de centro-direita, que visava representar esta corrente política num ambiente maioritariamente esquerdizante, dando a Portugal um regime verdadeiramente plural”.
“É, também, por isso, considerado um dos fundadores da democracia portuguesa”, é ainda referido.
Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim em 21 de julho de 1941. Foi líder do CDS, partido que ajudou a fundar em 19 de julho de 1974, vice-primeiro-ministro e ministro em vários governos.
Freitas do Amaral, que estava internado desde 16 de setembro, fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992.
No final de junho deste ano, Freitas do Amaral lançou o seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado "Mais 35 anos de democracia - um percurso singular", que abrange o período entre 1982 e 2017, editado pela Bertrand.
Nessa ocasião, em que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro líder do CDS e candidato nas presidenciais de 1986 – que perdeu para Mário Soares - recordou o seu "percurso singular" de intervenção política, afirmando que acentuou valores ora de direita ora de esquerda, face às conjunturas, mas sempre "no quadro amplo" da democracia-cristã.
Líder do CDS, primeiro-ministro interino, ministro em governos à esquerda e à direita, presidente da Assembleia-Geral da ONU, disse em entrevista à agência Lusa quando já se encontrava doente, em junho de 2019, que sofreu “um bocado” com a derrota nas presidenciais de 1986, embora tenha conseguido dar a volta, com “uma carreira de um tipo diferente” e partir para "uma série de pequenas vitórias".
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