A decisão foi adotada numa reunião extraordinária do Conselho de Administração da Frontex, que é composto por representantes das autoridades de fronteira dos Estados-membros da União Europeia (UE) e de países associados a Schengen e por dois membros da Comissão Europeia.

No encontro, realizado hoje em Varsóvia, ficou então decidido que a Frontex vai “apoiar plenamente a Grécia na resposta à situação atual das suas fronteiras externas junto à Turquia e agir no espírito da solidariedade europeia”, refere o organismo em comunicado.

Isso significa que a agência vai avançar com a “intervenção rápida nas fronteiras solicitada pela Grécia e decidida pelo diretor executivo”, tal como anunciado na segunda-feira.

De acordo com a nota, na reunião, “os Estados-membros [que compõem a administração da Frontex] manifestaram prontidão” em colaborar nesta intervenção rápida, isto a nível de pessoal e de equipamento.

Além disso, hoje ficou estipulado que a Frontex “está disposta a alargar o seu apoio à Grécia a outras áreas operacionais e ou a fornecer outro tipo de assistência no âmbito do mandato” deste organismo.

Para isso, a agência vai “avaliar continuamente e de forma sustentável as necessidades” da Grécia e também da Bulgária, adianta o comunicado.

A Bulgária também solicitou apoio europeu para lidar com a chegada de migrantes e refugiados na sua fronteira.

Ainda assim, é sobretudo a Grécia que enfrenta uma brutal pressão nas suas fronteiras externas com a Turquia, depois de o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter decidido ‘abrir as portas’ aos refugiados que pretendem rumar à Europa, numa tentativa de garantir mais apoio ocidental na questão síria.

Na segunda-feira, a Frontex aceitou lançar uma intervenção rápida nas fronteiras externas da Grécia, para ajudar as autoridades gregas face ao fluxo de refugiados oriundos da Turquia.

A decisão do diretor-executivo da Frontex, Fabrice Leggeri, surgiu na sequência de um pedido do governo grego, que no domingo à noite solicitou oficialmente à agência o lançamento de uma intervenção rápida nas suas fronteiras marítimas no Mar Egeu.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, a Frontex sublinhou que as intervenções rápidas nas fronteiras “são concebidas para dar assistência imediata a um Estado-membro que esteja sob uma pressão urgente e extraordinária nas suas fronteiras externas, especialmente relacionada com um número vasto de cidadãos não europeus que estão a tentar entrar ilegalmente no seu território”, o que é o caso da Grécia, depois de a Turquia ter decidido permitir a passagem dos refugiados que pretendem chegar à Europa.

Também nesse dia, mas de manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tinha revelado o pedido das autoridades gregas à Frontex, garantindo que a UE vai dar todo o apoio à Grécia, assim como à Bulgária, para ajudar a fazer face à extraordinária pressão provocada pela decisão da Turquia de ‘abrir as portas’ aos refugiados que se encontram no país e que desejam rumar à Europa.