Rush foi acusado de tocar de forma imprópria numa atriz entre o final de 2015 e início de 2016, altura em que encenava Rei Lear, de Shakespeare, na Companhia de Teatro de Sidney.
O afastamento da Academia Australiana de Cinema e Televisão (Aacta, na sigla inglesa) surge na sequência desta acusação, apesar de Rush negar ter tido qualquer comportamento inapropriado. Todavia, o ator considera que os colegas de profissão não têm de estar sujeitos a esta situação e, portanto, sai voluntariamente de um cargo de "embaixador" da indústria cinematográfica.
"Certos relatos noticiosos recentes fizeram alegações insustentáveis sobre a minha posição na comunidade do entretenimento. Não é razoável que os meus colegas de profissão estejam de alguma forma associados a tais alegações", disse Rush, galardoado com um Óscar de melhor ator em 1997 pelo filme Shine.
"Perante estas circunstâncias, decidi aceitar afastar-me do meu papel de embaixador [da indústria] como presidente da Aacta, com efeitos imediatos, até que estas questões sejam resolvidas", acrescentou.
O afastamento voluntário foi aceite pela Aacta. "Estamos profundamente preocupados com esta situação e apoiamos este curso de acção que respeita os direitos de Geoffrey à presunção de inocência e o devido processo", disse a organização.
Geoffrey Rush colaborou com a Companhia de Teatro de Sidney durante 35 anos. A companhia recusa-se a avançar com detalhes desta acusação de "conduta inapropriada" contra o ator porque quem fez a queixa pediu confidencialidade, pois não queria Rush envolvido em qualquer investigação judicial.
A acusação contra Rush acontece numa altura em que na indústria cinematográfica, sobretudo nos EUA, várias mulheres denunciaram casos de assédio sexual que visam desde atores a empresários. Em solo norte-americano, o escândalo ultrapassou inclusivamente as fronteiras de Hollywood com vários ilustres, de várias áreas de atividade, entre os acusados.
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