Libertado sob fiança, Derek Chauvin, de 44 anos, apresentou-se no tribunal de Minneapolis para o início da seleção do júri que o vai julgar pela acusação de assassínio de George Floyd, o afro-americano que foi morto por sufocamento quando estava sob escolta de agentes de segurança, em 25 de maio de 2020, provocando uma onda global de protesto contra o racismo e a violência policial.
“Os jurados, em potencial, estão aqui. Mas vamos encarar os fatos, não começaremos a seleção antes de amanhã”, disse o juiz Peter Cahill, observando a relutância dos procuradores em prosseguir com o processo de seleção.
O problema, neste momento, reside no estabelecimento da natureza das acusações contra Derek Chauvin que, em 25 de maio, permaneceu ajoelhado sobre o pescoço do negro por quase nove minutos.
Chauvin está atualmente acusado de homicídio de segundo grau, que exclui premeditação, mas envolve intenção de matar, e homicídio culposo.
Na sexta-feira, um tribunal de recurso autorizou que se acrescentasse uma terceira acusação, homicídio de terceiro grau, mais fácil de provar, já que não implica a ideia de intenção, mas apenas de violência intencional que resultou em morte.
Os advogados de Derek Chauvin, que se opõem à decisão, levaram esta questão ao Supremo Tribunal do estado do Minnesota, que deverá demorar vários dias para decidir sobre a natureza das acusações contra o polícia.
O juiz Peter Cahill começou por admitir a seleção de jurados, apesar da incógnita das acusações, mas, após um intervalo nos trabalhos, decidiu enviar o potencial júri para casa, até ao retomar dos trabalhos.
Este muito esperado julgamento é um teste para a justiça norte-americana, após uma vaga de violentas manifestações antirracistas que obrigou os trabalhos em tribunal a decorrer sob fortes medidas de segurança.
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