“A expectativa que temos este ano é que se atinja algo que supere pela primeira vez os dez milhões [de visitantes], dado o ano muito especial que estamos a viver”, frisou Eduardo Cabrita, numa alusão à visita do papa Francisco e à comemoração do centenário das “aparições”.
Ao intervir, no município de Ourém, na sessão de assinatura de um contrato-programa de apoio financeiro a obras relacionadas com as comemorações em Fátima, Eduardo Cabrita disse que em 2015 e 2016 o número de visitantes no santuário da Cova da Iria situou-se entre os seis e os sete milhões, cifra que o executivo espera ver ultrapassada, num ano cujo “momento alto” é a vista do papa, a 12 e 13 de maio.
Eduardo Cabrita sustentou, ainda, que além da dimensão apostólica da visita papal, a vinda de Francisco tem uma dimensão nacional “da qual o Governo e a Câmara de Ourém não se podem alhear” e uma dimensão turística, alargada à comemoração do centenário das “aparições”.
“Queremos que quem visite Fátima conheça Portugal na sua dimensão mais ampla. Não fique só por Fátima e volte cá”, frisou o ministro.
Sobre o contrato hoje assinado, Eduardo Cabrita afirmou ser um “apoio público parcelar” a operações de requalificação urbana promovidas pelo município de Ourém que resultam num financiamento de 60% (824 mil euros) num total de investimento elegível de cerca de 1,3 milhões.
“Grande parte destas infraestruturas estão já em execução, outras estarão concluídas ao longo deste ano”, disse o ministro, adiantando que as intervenções em causa “facilitam a mobilidade e facilitam a acessibilidade” a Fátima.
Intervindo na sessão, o presidente da autarquia de Ourém, Paulo Fonseca, disse que o município quer aproveitar as comemorações do centenário das “aparições” para “transformar Fátima”, contestando o que disse ser uma “interpretação enviesada” (que não nomeou) mas que estará relacionada com o apoio governamental às obras – uma lista de 19 intervenções que foi dispensada de concurso público e será realizada por ajuste direto, até ao final do ano.
“Os investimentos que o país está a fazer nesta operação de peregrinação têm o objetivo de ficar para o dia seguinte, não se esgotando com a visita do papa Francisco”, frisou Paulo Fonseca.
“Tudo o que o país investe nesta operação é investimento cujos frutos revertem para a qualidade de vida das populações”, sublinhou o autarca.
Na ocasião, Paulo Fonseca estimou o número de visitantes previstos para Fátima em 2017 em oito milhões, menos dois milhões que os números avançados pelo ministro Adjunto.
No final, em declarações aos jornalistas, Eduardo Cabrita disse que o “regime de exceção” criado pelo Governo se aplica, para além da administração central, apenas ao município de Ourém, recusando que possa ser replicado noutras autarquias, como Leiria, que também o reclamou.
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