Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros extraordinário de hoje, Capoulas Santos foi questionado pelos jornalistas sobre o caso que envolve 21 estabelecimentos de produção de carne implicados numa fraude com origem no Brasil, no dia em que o jornal Público avançou que Portugal importou 500 toneladas de carne brasileira que estão sob suspeita.
"Não temos notícia de que algum produto adulterado tenha entrado em Portugal e temos um sistema de vigilância que funciona e demos instruções, sobretudo aos instrumentos de fiscalização, para reforçarem as ações de fiscalização por forma a que sobre essa questão não subsistam quaisquer dúvidas", respondeu o ministro da Agricultura.
De acordo com Capoulas Santos, "não foi detetado no último ano nenhuma desconformidade".
"As irregularidades, no que a importação de carne do Brasil diz respeito, tiveram a ver com questões de rotulagem e não com questões de qualidade da carne", explicou.
O responsável pela tutela referiu ainda que, "no que à carne diz respeito, Portugal, inserido na União Europeia, um sistema de rastreabilidade muitíssimo evoluído, em que é possível detetar todo o circuito da carne, desde a origem ao seu destino e a identificação dos operadores em todos os momentos dessa escala".
"O que lhe posso dizer é que no que diz respeito a Portugal nós importamos pouca carne do Brasil. A carne brasileira será 3,5 a 4% das nossas importações de carne, portanto é relativamente pequena apesar de nós sermos grandes importadores de carne, sobretudo nas espécies em que não somos autossuficientes", observou.
Capoulas Santos lembrou ainda que "existe um sistema de alerta em todos os estados da União Europeia" que avisa todos os países quando são detetadas irregularidades.
O diretor-geral de Alimentação e Veterinária já tinha afirmado hoje não haver indícios de perigo para a saúde na carne importada do Brasil, mas disse que os produtos em armazém serão objeto de um controlo reforçado por parte da ASAE.
"Todos os produtos que entraram em Portugal apresentavam características absolutamente normais, portanto não há necessidade alguma de desencadear uma ação para os retirar do mercado", afirmou Fernando Bernardo aos jornalistas.
Do Brasil, veio apenas 3,7% do total das carnes que Portugal importa, referiu. "Não vamos tomar nenhuma medida no sentido de proibir a importação de carne do Brasil", esclareceu, indicando que as quatro empresas autorizadas a exportar para a Europa identificadas num caso de fraude já estão "bloqueadas".
"A exposição dos portugueses a qualquer eventual risco que pudesse existir nestes produtos é extremamente baixa", garantiu.
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