A maior exposição individual do artista moçambicano Gonçalo Mabunda prepara-se para ocupar os três pisos do Museu Abílio de Matos e Silva que, a partir de quinta-feira, recebe “peças que vêm de todo o mundo”, sublinha Celeste Afonso, vereadora da Cultura na Câmara de Óbidos.

A exposição, intitulada “O Aceitador do Medo”, integra um conjunto de esculturas construídas com material bélico desativado do conflito que dividiu Moçambique durante 16 anos.

Mabunda, que já viu a sua obra exposta em espaços como o Museum Kunst Palast (Dusseldorf, Alemanha) Hayward Gallery (Londres), Pompidou (Paris), Mori Art Museum (Tóquio) ou a Johannesburg Art Gallery (Joanesburgo, África do Sul), e que “trabalha normalmente com despojos de guerra”, vai, segundo a vereadora, estrear-se em Óbidos com “outros despojos”.

A ideia é, “durante o Folio, fazer pelo menos uma escultura com livros cujo destino seria a guilhotina”, revelou a vereadora.

No festival dedicado ao tema “Revoluções, revoltas e rebeldias”, o “Nascimento de uma Democracia” mostra-se através da coleção de cartazes do 25 de Abril, que, numa parceria com a Assembleia da República, vão ficar patentes ao público na Praça da Criatividade.

Já no Museu Municipal serão instaladas 53 obras de artistas representativos dos principais movimentos artísticos da segunda metade do século XX que, através da exposição “Memória da Liberdade”, ilustram os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A série, adquirida pelo Centro Cultural de Belém em 1992, ficará patente até ao final do ano.

“Desta Canção que Apeteço” é o mote para uma viagem pela discografia de José Afonso, organizada pela Associação José Afonso com o apoio do município de Grândola, parceiro do Folio na mostra que poderá ser vista na Livraria Labirinto.

Além destas, com inauguração marcada para o dia de abertura do festival, o programa do Folio integra ainda uma mostra “Camilo Pessanha e a instalação Clepsidra”, uma instalação sonora, reproduzindo aquela obra, quando passam 150 anos sobre o nascimento do escritor.

“Palavra de Boneco” e “Poeta Rendeira”, patentes no Espaço Ó e na Livraria de S.Tiago, respetivamente, são as duas mostras que abrem espaço para artistas locais no festival que se associa às iniciativas que assinalam os 650 anos da morte de D. Pedro I, com uma Exposição Bibliográfica sobre D. Pedro e D. Inês.

Para o dia 21, primeiro sábado do festival, o Folio reserva a inauguração de mais duas exposições que completam o programa.

Uma, a “ET SIC In Infinitum”, instalação que junta matemática e literatura, chega através do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, para ver na Residência Criativa José Joaquim dos Santos.

Outra, a PIM - Mostra Internacional de Ilustração, que se instala na Galeria Nova Ogiva, para convidar o público a entrar e que, ao longo dos 11 dias do Folio, leva a ilustração às ruas de Óbidos.

Na inauguração da mostra será entregue o Prémio Nacional de Ilustração 2017 a Fátima Afonso, distinguida pela obra “Sonho com asas”, bem como as menções especiais a Catarina Sobral (por “Tão, tão grande”) e a Tiago Albuquerque e Nádia Albuquerque ("Sou o lince ibérico”).

O Folio - – Festival Literário Internacional de Óbidos abre portas no dia 19 e prologa-se até ao dia 29, desenvolvendo-se em cinco capítulos - Autores, Folia, Educa, Ilustra e Folio Mais.

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