Os escritórios abertos em Espanha em 2020 pelas dioceses ou congregações para ouvir estas denúncias relacionadas com a crise dos abusos sexuais vivida dentro da Igreja Católica “receberam informações ou denúncias sobre 506 casos”, disse Luis Argüello, secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) à imprensa.

"A grande maioria, 300 dessas reclamações, deve-se a questões que ocorreram há mais de 30 anos", lembrou.

Do total, 103 acusados "já estão mortos", mas isso não impede a investigação das circunstâncias em que ocorreram esses abusos, garantiu.

Altamente criticada pelas associações de vítimas devido à sua opacidade, a Igreja espanhola até agora só reconheceu os 220 casos identificados pela Congregação para a Doutrina da Fé, instituição do Vaticano, que chegou a esse número em abril de 2021 após duas décadas de investigação.

Outros 14 casos, também ocorridos no passado, segundo Argüello, vieram à tona antes do final de 2021, elevando esse número para 234, que inclui apenas denúncias envolvendo padres. Os 506 casos anunciados nesta sexta-feira também incluem outros membros das congregações religiosas.

Na ausência de dados oficiais, o jornal El País lançou sua própria investigação em 2018, com a qual registrou 611 casos de pedofilia e 1.246 vítimas desde a década de 1930.

Estas declarações do episcopado espanhol ocorrem um dia depois de o Congresso ter aprovado a criação de uma comissão independente de especialistas para realizar a primeira investigação oficial no país sobre a pedofilia na Igreja.

A instituição vai "colaborar" com a comissão, já que são "os mais interessados em conhecer a verdade", segundo Argüello, que lembrou, no entanto, que a Igreja não pretende integrá-la diretamente, embora isso esteja indicado no documento aprovado na quinta-feira por uma grande maioria de deputados.

A colaboração, afirmou, poderá concentrar-se no envio das informações obtidas pela auditoria externa anunciada no final de fevereiro pela Igreja à comissão. Esta investigação foi confiada a um escritório de advogados, que garantiu que irá “até ao fim” para encontrar toda a verdade.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.