“Para mudar estruturalmente o país é preciso coragem, ambição e eu temo que todos estes planos, confrontados com a realidade, não sejam suficientes para transformar o país. […] Eu vi planos, mas ainda não vi reformas estruturais”, disse Rui Rocha, em declarações aos jornalistas, numa visita à Feira Nacional da Agricultura (FNA), em Santarém.

Segundo o líder da Iniciativa Liberal, após três meses de governação, o executivo PSD/CDS-PP terá agora de começar a governar, uma vez que lançar planos “já não é suficiente”.

“Estamos no terceiro mês de governação e o Governo leva três fases: uma primeira em que foi atropelado pela realidade, uma segunda em que lançou muitos planos e uma terceira, que está agora a começar, em que o governo vai ter mesmo que governar. […] Já não basta lançar planos, não é suficiente” referiu.

Rui Rocha considerou ainda que a equipa liderada pelo social-democrata Luís Montenegro mostra “alguma falta de envolvimento político”, num contexto que é, “por natureza, instável”.

“Mas também é preciso dizer que algumas oposições, nomeadamente o Partido Socialista e o Chega, não têm agido com responsabilidade”, criticou.

Para o líder da IL, o PS e o Chega têm por várias vezes agido em função do interesse político e não para atender às preocupações da população.

“Eu creio que já tivemos alguns episódios em que houve pura tática política e não houve consideração dos interesses portugueses […], e isso é uma crítica deve ser feita”, referiu.

Questionado sobre a sua presença na Feira Nacional da Agricultura, Rui Rocha referiu que “a agricultura e a produção primária são essenciais para a soberania alimentar e a economia do país”, e defendeu a necessidade de implementar “uma agricultura moderna e de precisão, com novas metodologias e capacidades, beneficiando a sociedade e a economia”.