Segundo a mesma fonte, há dois anos, quando o partido elegeu o deputado único João Cotrim Figueiredo, a solicitação da Iniciativa Liberal (IL) “nem foi considerada e foi dado como facto consumado” o lugar que ocupou, ou seja, entre o PSD e o CDS-PP.

“Desta vez, em tempo útil, a IL demonstrou formalmente junto da Assembleia da República, ao Presidente e ao Secretário-geral, a sua vontade, tendo apresentado uma análise comparativa do Parlamento Europeu e de diversos parlamentos nacionais, demonstrando que os partidos liberais se posicionam no centro dos hemiciclos, não por uma questão simples de ‘esquerda – direita’, mas por ser nesse formato o lugar mais distante dos extremos”, explicou a fonte oficial à Lusa.

Com o desenho atual do hemiciclo, e caso este pedido seja atendido, o grupo parlamentar da IL ficaria entre PS e PSD.

Assim, o partido que nas eleições legislativas de dia 30 de janeiro conseguiu eleger um grupo parlamentar com oito deputados, defende que “quem deve definir a sua personalidade e posicionamento é cada partido e não os outros”.

“É uma questão de princípio da autodeterminação. Quem tanto fala em autodeterminação entenderá e respeitará”, desafiou.

Em 16 de outubro de 2019, no dia da conferência de líderes que decidiu onde se iam sentar os partidos que eram então estreantes no parlamento, a IL criticou então que tenha sido “ignorada uma vontade demonstrada publicamente” sobre o lugar a atribuir ao deputado eleito no hemiciclo, uma decisão tomada “sobre deputados que não estão presentes”.

Numa posição escrita enviada então à agência Lusa, os liberais consideraram que “as conclusões da conferência de líderes demonstram uma vez mais o sentimento de propriedade que alguns têm da democracia”.

“Tomam decisões sobre deputados que não estão presentes e, neste caso, até ignorando uma vontade demonstrada publicamente. Voltaremos, assim que os trabalhos começarem, a demonstrar a nossa vontade de estar o mais distante dos extremos”, criticou.

Nas eleições de dia 30 de janeiro, a IL passou de um deputado único – que tinha elegido nas legislativas de estreia, em 2019 - para um grupo parlamentar de oito deputados, passando a ser a quarta força política, com 4,98% resultantes de 268.414 votos, de acordo com os resultados provisórios e quando falta ainda apurar as votações dos círculos da emigração.

(Artigo atualizado às 13:21)