“Temos vários [alojamentos] nesta faixa do litoral alentejano e alguns deles foram afetados com danos materiais, como é o caso do Monte da Choça, que é do fundador das Casas Brancas, que perdeu parte do seu alojamento e infraestruturas de apoio”, disse à agência Lusa, Mónica McGill, presidente da rede Casas Brancas.
Outras unidades que escaparam à violência das chamas foram afetadas “pela saída dos hóspedes e alguns cancelamentos”, indicou.
Segundo a responsável, apesar do levantamento dos prejuízos estar ainda a ser feito, “há vários tipos de impactos a considerar” em consequência do incêndio que consumiu mais de oito mil hectares no concelho de Odemira.
“Falamos aqui, talvez, de umas 20 unidades, algumas mesmo com danos materiais e outras, com o impacto de terem o fogo tão próximo, de saída e não entrada de novos hóspedes”, explicou a responsável.
Na quarta-feira, depois de o incêndio ter sido dado como dominado pelos bombeiros, muitos dos proprietários começaram aos poucos a regressar aos alojamentos para “ver exatamente o que perderam”, contou.
A “esta nova realidade”, disse, juntam-se “alguns cancelamentos”, uma vez que “a paisagem está completamente diferente” depois da passagem do incêndio que fustigou o território nos últimos dias.
Por isso, Mónica McGill defendeu ser “imprescindível e indispensável” a ajuda do Governo a este setor turístico e ao território.
“Estive sempre em contacto direto com o presidente da Turismo do Alentejo, a quem fui passando o ponto de situação, assim como ao presidente da Câmara [de Odemira], que tem sido incansável e estão encetados esforços” com o Governo “para brevemente se organizar uma reunião para saber que apoios se podem dar a estas pessoas”, revelou.
Para a presidente da associação Casas Brancas, não basta apenas contabilizar os danos materiais, mas também os prejuízos causados pelo encerramento das unidades que “vão precisar de reconstruir”.
“É preciso fazer o levantamento, não só dos danos materiais imediatos, como da parte da reconstrução e de todo o potencial económico que foi perdido num abrir e fechar de olhos”, alertou.
Apesar do drama vivido nos últimos dias, a responsável lembrou que “mais do que nunca o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina precisa do apoio de todos”.
“A paisagem em redor de algumas unidades pode não ser aquela que era a expectativa, mas a costa contínua fantástica”, salientou.
O incêndio que deflagrou no sábado no concelho alentejano de Odemira e entrou nos municípios de Monchique e Aljezur (Faro) ainda mobiliza no terreno quase 1.000 operacionais e seis meios aéreos, mesmo estando dominado desde quarta-feira.
Pelas 12:00, mantinham-se no terreno 997 operacionais, apoiados por 341 veículos e sete meios aéreos, segundo informações publicadas na página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O incêndio, que foi dado como dominado às 10:15 de quarta-feira, ainda mantém vários pontos preocupantes, sobretudo na frente sul, pelo que os bombeiros deverão manter-se no terreno nos próximos dias, disse fonte da Proteção Civil num ‘briefing’ realizado na quarta-feira.
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