Pehlu Khan, de 55 anos, fazia o transporte de algumas vacas no seu camião, no sábado, em Alwar, no estado de Rajasthan quando foi subitamente atacado por centenas de pessoas que o acusavam de transportar os animais de modo ilegal.

Khan não resistiu aos ferimentos e faleceu esta segunda-feira no hospital. Outras seis pessoas ficaram feridas no ataque, mas já receberam alta do hospital.

Em várias regiões do norte e do oeste da Índia, os grupos autoproclamados de "proteção das vacas" interceptam veículos que transportam gado nas rodovias. As milícias alegam que apenas desejam impedir a morte das vacas, que é proibida em muitos estados do país.

A polícia de Alwar abriu uma investigação por assassinato, mas ainda não se pronunciou sobre as causas da morte do muçulmano.

"Estamos à espera do relatório da autópsia, mas sabemos que tinha múltiplas fraturas nas costelas", declarou à AFP o chefe de polícia de Alwar, Rahul Prakash.

Nos últimos dois anos, pelo menos dez muçulmano morreram em incidentes similares na Índia, acusados de ingerir carne bovina ou de contrabando de vacas.

Os críticos afirmam que estes grupos ganharam força com a chegada ao poder em 2014 do hindu Nerendra Modi.

O primeiro-ministro indiano, que durante muito tempo escusou comentar sobre o tema, alegou que estas milícias utilizam a religião como desculpa para cometer crimes.

No estado de Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia, o novo governo local, dirigido por um hindu radical, iniciou uma ofensiva contra a indústria da carne bovina, tradicionalmente administrada por muçulmanos.