“Esta é a história do Líbano, não da República Islâmica do Irão”, disse Hosein Amir Abdolahian, numa conferência de imprensa em Beirute, onde chegou na sexta-feira para uma visita que o levará também à Síria e ao Qatar, de acordo com a agência espanhola de noticias EFE.
O Hezbollah “foi capaz, em coordenação com o governo e o exército libanês, de responder aos ataques israelitas no sul do Líbano e no norte da Palestina ocupada”, disse o ministro, referindo-se aos combates que decorrem ao longo da fronteira, desde o início da guerra de Gaza.
O governante reiterou, no entanto, que os grupos pró-iranianos ativos no Médio Oriente agem por iniciativa própria e distanciou o seu país do ataque múltiplo do Hamas a Israel, em 07 de outubro, na sequência do qual o Estado judeu declarou guerra a Gaza.
O ataque do Hamas “foi uma decisão puramente palestiniana no âmbito da sua ação de libertação (da ocupação israelita) e em conformidade com o direito internacional”, argumentou o chefe da diplomacia iraniana.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano garantiu, no entanto, que o seu país “está em conversações contínuas” com a Arábia Saudita para chegar a uma “solução política” que ponha fim à guerra em Gaza, e sublinhou que “a única solução para a crise é política”.
A visita do ministro iraniano coincide com os intensos esforços para alcançar uma trégua em Gaza, numa altura em que a tensão aumenta devido aos preparativos de Israel para alargar a sua operação militar a Rafah, no sul, onde se aglomeram 1,7 milhões de palestinianos, a maioria dos quais já deslocados.
À chegada a Beirute, Abdolahian criticou o facto de Israel não ter conseguido atingir “nenhum” dos seus objetivos declarados após mais de quatro meses de conflito em Gaza.
Teerão é o principal aliado do Hezbollah, que está envolvido em intensos confrontos fronteiriços com Israel desde outubro passado, enquanto outras formações pró-iranianas na região também lutam em várias frentes decorrentes da guerra de Gaza.
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