Em entrevista à CNN International, o ministro Mohammad Javad Zarif defendeu hoje que o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ”coloque o seu chapéu de coordenador da comissão conjunta” de seguimento do acordo de 2015 e “coreografe as medidas que devem ser tomadas pelos Estados Unidos e pelo Irão”.
“Pode claramente haver um mecanismo para sincronizar” o regresso dos dois países ao acordo, “coordenando o que pode ser feito”, disse ainda o chefe da diplomacia iraniana, que tem defendido que devem ser os Estados Unidos a dar o primeiro passo para um regresso às negociações.
O ex-presidente Donald Trump retirou em 2018 os Estados Unidos do acordo nuclear anteriormente negociado pela Administração Obama, alegando incumprimento da parte iraniana, e voltou a impôr sanções ao país.
A decisão foi veementemente condenada pelo regime iraniano, que até agora não tinha dado sinais claros da sua disponibilidade para negociar.
O novo secretário de Estado, Anthony Blinken, nomeou na semana Rob Malley para o cargo de enviado para o Irão.
O conselheiro de Segurança Nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, disse também na semana passada que em relação ao Irão as prioridades atuais são voltar a impor limites ao programa nuclear iraniano e que a nova Administração norte-americana irá procurar soluções negociadas.
“Acreditamos que, se conseguirmos voltar a uma diplomacia que ponha o programa nuclear iraniano dentro de limites, então poderemos criar uma plataforma sob a qual construir um esforço global”, disse Sullivan, num evento promovido pelo U.S. Institute of Peace.
O Ministério da Defesa do Irão anunciou hoje ter testado um novo lançador de satélites equipado com um motor de combustível sólido “mais poderoso”, indicou a televisão estatal iraniana.
As imagens da televisão estatal mostram o foguete lançado de uma área deserta, sem especificar o local e a data do teste.
Em 2020, os Guardas da Revolução, o exército ideológico da república islâmica, lançaram o primeiro satélite militar, batizado “Nour”, que orbita o planeta Terra a 425 quilómetros de altitude, tendo sido colocado no espaço pelo lançador Qassed equipado com um sistema de propulsão sólido e líquido semelhante ao ‘Zoljanah’.
Na altura, os Estados Unidos consideraram que o lançamento do satélite prova que o programa espacial iraniano é destinado a fins militares e não comerciais.
Teerão mantém que não tem qualquer intenção de adquirir armas nucleares e tem insistido que as suas atividades aeroespaciais são pacíficas e em conformidade com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
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