![Irão já escolheu o novo chefe da força de elite Al-Quds após morte de comandante ordenada pelos EUA](/assets/img/blank.png)
"Após o martírio do glorioso general Qassem Soleimani, nomeio o brigadeiro-general Esmaïl Qaani comandante da força Al-Quds" da Guarda Revolucionária, declarou o aiatolá Ali Khamenei (na foto) em comunicado publicado no seu site oficial.
Até agora, Qaani era vice-comandante da força Al-Quds, responsável pelas operações estrangeiras do Irão.
O aiatolá Khamenei descreveu-o como "um dos comandantes mais condecorados" da Guarda Revolucionária, o exército ideológico iraniano, desde a guerra Irão-Iraque (1980-1988).
"As ordens da força Al-Quds permanecem exatamente as mesmas que sob a direção do mártir Soleimani", salientou o líder supremo do Irão.
O Presidente dos Estados Unidos ordenou a morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, general Qassem Soleimani, anunciou o Pentágono num comunicado.
Na nota, o Pentágono disse que Soleimani estava “ativamente a desenvolver planos para atacar diplomatas e membros de serviço norte-americanos no Iraque e em toda a região”.
A Guarda Revolucionária confirmou entretanto a morte do general Qassem Soleimani, na sequência de um ataque aéreo, na manhã de hoje, contra o aeroporto de Bagdad, que também visou o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi].
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu hoje vingar a morte do general iraniano Qassem Soleimani e declarou três dias de luto nacional.
"O martírio é a recompensa pelo trabalho incansável durante todos estes anos. Se Deus quiser, o seu trabalho e o seu caminho não vão acabar aqui. Uma vingança implacável aguarda os criminosos que encheram as mãos com o seu sangue e o sangue de outros mártires", afirmou Ali Khamenei, indicou a agência de notícias France-Presse (AFP).
O líder supremo descreveu o general como "símbolo internacional de resistência", de acordo com uma declaração lida na televisão estatal.
Também o presidente do Irão, Hassan Rohani, prometeu vingança:
“Não há dúvida de que a grande nação do Irão e as outras nações livres da região exercerão a sua vingança sobre os criminosos Estados Unidos”, prometeu Hassan Rohani, em comunicado hoje divulgado.
O “mártir” general Soleimani "deixou enlutado o coração da nação iraniana e de todas as nações da região”, acrescentou Rohani.
A sua morte “duplicou a determinação da nação iraniana e de outras nações livres da região de enfrentar a intimidação da América e de defender os valores islâmicos”, referiu o Presidente iraniano.
Também os Guardas da Revolução, o exército ideológico da República islâmica do Irão, pediram vingança pela morte de Soleimani.
Um porta-voz deste exército avançou que os Guardas e a “Resistência” vão “iniciar um novo capítulo a partir de hoje”.
“A breve alegria dos norte-americanos e dos sionistas transformar-se-á em luto”, assegurou o porta-voz, Ramezan Sharif, em declarações feitas na televisão estatal.
Esta morte “fortaleceu a nossa determinação de nos vingarmos dos assassinos Estados Unidos e dos opressores sionistas e isso vai acontecer”, acrescentou, antes de começar a chorar.
“Soleimani juntou-se aos nossos irmãos mártires, mas a nossa vingança contra a América será terrível”, afirmou ainda o ex-chefe da Guarda Revolucionária Mohsen Rezai, numa mensagem publicada no Twitter.
O chefe da diplomacia iraniana já tinha avisado que o ataque ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, constitui uma "escalada extremamente perigosa".
"O ato de terrorismo internacional dos Estados Unidos (...) é extremamente perigoso e uma escalada imprudente" das tensões, afirmou Mohammad Javad Zarif, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
Entretanto, a Rússia, França e China alertaram hoje para as consequências do assassínio em Bagdade do general iraniano e pediram calma a todas as partes envolvidas.
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