O fragmento, escrito em paleo-hebreu usado no período do Primeiro Templo, consiste em quatro linhas começando com "Ismael envia", com o resto das palavras incompletas.

"Não sabemos exatamente o que foi enviado ou para onde", disse Joe Uziel, diretor da Unidade de Pergaminhos do Deserto da Judeia da Autoridade de Antiguidades.

Na Idade do Ferro, os hebreus usavam fragmentos de argila para rabiscar notas curtas, bem como peles de animais para escrever, enquanto o papiro era reservado para correspondência oficial, disse Eitan Klein, vice-diretor da Unidade de Prevenção do Roubo de Antiguidades.

"Este papiro é único, extremamente raro", ressaltou Klein.

O proprietário do fragmento, um homem de Montana, nos EUA, herdou-o da sua falecida mãe, que em 1965 o comprou ou o recebeu de presente de Joseph Saad, curador do então Museu Arqueológico da Palestina.

A mulher emoldurou-o e pendurou-o em sua casa.

A autenticidade e a idade do papiro foram determinadas por datação paleográfica e por carbono-14, disse Uziel, observando o medo que os investigadores tiveram em tirar o papiro da moldura.

"Ela usou cola adesiva, colou e depois emoldurou", explicou o especialista. "Removê-lo causaria mais danos", garantiu.