Israel anunciou que está a preparar uma "possível" ofensiva terrestre no Líbano, após dias de bombardeamentos contra posições do movimento islâmico Hezbollah, uma escalada que pode levar a uma "guerra total" no Médio Oriente, alertou Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
"É possível ouvir os aviões daqui. Estamos a trabalhar o dia todo. Tanto para preparar o terreno para uma possível entrada, como para continuar a atacar o Hezbollah", declarou o tenente-general Herzi Halevi, diante de uma brigada de tanques. “A nossa entrada com força mostrará [ao Hezbollah] o que é encontrar uma força de combate profissional”, acrescentou.
O exército israelita já tinha anunciado a mobilização de duas brigadas de reserva, para o norte do país, para "continuar a luta" contra o Hezbollah.
Após o anúncio, em entrevista à ABC News, Biden anunciou que é possível “uma guerra total”, mas ressaltou que “ainda está em jogo a oportunidade de se chegar a um acordo”.
“Pedimos um cessar-fogo imediato de 21 dias na fronteira entre o Líbano e Israel, para alcançar uma solução diplomática”, diz um texto assinado pelos Estados Unidos da América, França, União Europeia, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Já o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, agradeceu “a todos os que estão a fazer um esforço sincero com a diplomacia para evitar uma escalada da guerra”, mas realçou que "todos os meios" serão utilizados para que o país alcance os seus objetivos.
O principal objetivo de Israel é agora garantir o regresso dos habitantes do norte, deslocados pelas hostilidades com o Hezbollah, iniciados após o conflito na Faixa de Gaza.
No dia de ontem, no terceiro dia consecutivo de ataques intensos de Israel, 72 pessoas morreram e cerca de 400 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde libanês.
Desde segunda-feira, mais de 90.000 pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas no Líbano devido aos ataques israelitas, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência da ONU.
O exército israelita indicou que bombardeou "mais de 2.000" posições do Hezbollah desde então, incluindo "várias centenas" na passada quarta-feira.
No início da semana, os primeiros ataques de Israel no Líbano provocaram a morte de 558 pessoas e feriram mais de 1.800, segundo as autoridades libanesas, o número mais alto desde o fim da guerra civil no país, em 1990.
Desde outubro, 1.247 pessoas, a maioria civis, morreram no Líbano em confrontos entre o Hezbollah e Israel.
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