Depois do fim da análise das autoridades no terreno, a remoção dos restos carbonizados do avião de passageiros envolvido no acidente e as necessárias reparações, as operações na pista C do aeroporto foram retomadas à meia-noite (16:00 de domingo em Lisboa), avançou a televisão pública japonesa NHK.

O encerramento da pista durante seis dias provocou mais de 1.200 cancelamentos de voos, maioritariamente domésticos, que afetaram mais de 220 mil passageiros em datas nas quais muitos habitantes de Tóquio regressam às suas terras natais para o Ano Novo.

Apesar da reabertura da pista, a Japan Airlines (JAL), uma das duas grandes companhias aéreas que utiliza o aeroporto de Haneda como base de operações, admitiu que ia cancelar 14 voos domésticos durante o dia e continuar a cancelar alguns voos até 10 de janeiro.

O Ministério dos Transportes do Japão, através do Conselho de Segurança dos Transportes, está a investigar o acidente ocorrido no aeroporto de Haneda, um dos aeroportos mais movimentados do país, depois de um voo comercial da JAL proveniente de Sapporo (norte) ter colidido com um avião da Guarda Costeira na terça-feira passada.

O acidente desencadeou um incêndio nos dois aparelhos, obrigando à saída de emergência dos passageiros e da tripulação.

Todos os 379 ocupantes do voo comercial conseguiram sair do aparelho com vida, mas 14 ficaram feridos. Dos seis ocupantes do avião da Guarda Costeira, apenas o comandante, que ficou gravemente ferido, escapou com vida.

O avião da Guarda Costeira estava a caminho para transportar alimentos e água para a zona afetada pelo forte sismo que atingiu a costa oeste do centro do Japão a 01 de janeiro.

Na quinta-feira, o diretor-geral adjunto do Gabinete de Aviação Civil do Ministério dos Transportes japonês, Toshiyuki Onuma, disse que o avião da Guarda Costeira não tinha autorização para entrar na pista do aeroporto de Haneda na altura da colisão.

No entanto, o comandante do avião da guarda costeira e único sobrevivente dos seis tripulantes, disse que o aparelho tinha autorização para entrar na pista. Noutras declarações, terá indicado que o avião tinha recebido autorização para levantar voo.

A JAL estimou perdas de cerca de 15 bilhões de ienes (cerca de 95,7 milhões de euros) no acidente, indicou a NHK.

O terramoto de magnitude 7,6 na escala aberta de Ritcher causou pelo menos 161 mortos, enquanto 103 pessoas continuam desaparecidas, disseram hoje as autoridades locais. O novo balanço aponta também para cerca de 560 feridos, de acordo com um comunicado do departamento de Ishikawa, o mais atingido pela catástrofe.

O último balanço das autoridades contava 126 mortos, 516 feridos e 210 desaparecidos, a maioria dos quais nas cidades de Wajima e Suzu.

O sismo de dia de Ano Novo já é o mais mortífero no Japão desde 2011, quando um sismo de magnitude 9,0 desencadeou um ‘tsunami’ que causou mais de 20 mil mortos e o desastre nuclear de Fukushima, o pior desde Chernobyl (Ucrânia) em 1986.