"Em primeiro lugar, ninguém pode acompanhar esta ideia peregrina de, nos livros do primeiro ciclo, que têm espaços para as crianças desenharem e colarem, tentar reutilizar ou impedir o acesso a um livro novo com base em que foi estragado, com o objetivo - que me parece até um pouco mesquinho - do Governo, em nome da poupança de uns milhares de euros, impedir que uma criança tenha um livro novo", afirmou o líder comunista.
Em declarações aos jornalistas no final de uma visita a uma escola básica em São João da Talha, Loures, Jerónimo de Sousa frisou que não foi isso que foi aprovado na Assembleia da República mas sim "um direito universal" - manuais escolares gratuitos - e advertiu que o PCP não aceita "algum recuo".
"Alertámos para esse sinal em que o Governo, se puder, em relação a alguns avanços, tentará algum refluxo, algum recuo que consideramos inaceitável. É apenas um exemplo poderia dizer-se quase simbólico, mas não é. Estamos numa matéria tão sensível e, por isso mesmo, esta visão economicista, este domínio do Ministério das Finanças para levar ao bloqueamento de avanços alcançados são inaceitáveis", insistiu.
O líder do PCP desejou ainda que "não seja este um dos motivos que levou Centeno [ministro das Finanças] a afirmar que, com maioria absoluta, as coisas far-se-iam mais rapidamente".
Em entrevistas à TSF na sexta-feira, Mário Centeno declarou que "há objetivos que são mais fáceis de atingir" com maioria absoluta.
"Espero que aqui não esteja também a questão dos livros escolares com a sua visão economicista", concluiu Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral comunista, que concorre às eleições legislativas de 06 de outubro pela Coligação Democrática Unitária (CDU), com "Os Verdes" e independentes, regozijou-se com as condições encontradas no estabelecimento de ensino e a boa articulação entre a direção da escola, autarquia e comunidade, nomeadamente a associação de pais.
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